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Os caras de pau

Ministros do STF precisam usar óleo de peroba

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Autor/Imagem:
Major-brigadeiro Jaime Sanchez

A sucuri de duas cabeças acaba de implantar mais uma: a cara de pau. Na falta daqueles espetáculos televisivos, ao vivo, em que exibiam sua verborragia rebuscada, controvertida e indecifrável para os humanos comuns, os ministros do STF passaram a dar entrevistas, em linguagem comum, onde continuam explicando o inexplicável e rotulando a conjuntura sob sua ótica, nem sempre compatível com o entendimento do restante do povo.

Na mais recente entrevista, um dos ministros chegou ao cúmulo de afirmar que os integrantes da operação lava-jato formam “uma organização criminosa para investigar pessoas”.

O Palácio do Supremo Tribunal Federal, construído por Oscar Niemeyer, possui um grave erro de arquitetura. Deveria ostentar um enorme espelho à sua entrada, para que cada membro visse como ele reflete sua imagem, antes do início de cada um dos seus poucos dias de trabalho. Logicamente, não poderia ser um mentiroso e puxa-saco como o da madrasta da Branca de Neve, que a descrevia diariamente como “a figura mais bonita do mundo”. Aliás, um certo presidiário também se via ao espelho como o homem mais honesto do mundo.

Essa organização criminosa citada pelo ministro, em cinco anos de delinquência, cometeu os seguintes delitos:

• 285 condenações;
• Mais de 600 réus;
• Mais de 3.000 anos de penas;
• 300 inquéritos abertos no STF;
• 62 fases da operação deflagradas;
• 183 acordos de delação;
• 47 acusados presos preventivamente ou em razão de condenação em 2.ª instância.

Tudo em perseguição a cidadãos honrados.

Na mesma entrevista, auto intitulando-se “profeta”, disse o ministro que previu essa “atitude das mais sórdidas e abjetas”, referindo-se às revelações em relação a pessoas próximas a ele; só não previu a oportuna blindagem feita por seu presidente ao suspender todas as investigações com dados compartilhados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras, sem autorização judicial. (ah!, foi para resguardar o Flávio Bolsonaro).

E ainda perguntou o que fez de errado. Pergunte às manifestações populares, aos saguões de aeroportos, às ruas de Portugal, aos arremessadores de ovos e tomates, enfim, ao povo brasileiro. Vou chutar: teria sido a soltura sistemática de presos preventivos com o mesmo perfil? Seriam as declarações estapafúrdias que dá, similares às dadas nessa mesma entrevista?

O futuro dirá.

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