Todas as 239 pessoas, com exceção de uma, no voo 370 da Malaysia Airlines ficaram inconscientes – após a despressurização repentina no Boeing 777 – e não tinham como saber que estavam a caminho da morte.
Esse caminho, segundo um painel de especialistas, incluiu um breve, mas revelador desvio por Penang, Malásia, cidade natal do piloto Zaharie Ahmad Shah.
Em duas ocasiões, quem estava no controle do avião, provavelmente o único acordado, inclinou a aeronave para a esquerda. Os especialistas, reunidos em um painel no domingo, disseram acreditar que o piloto queria dar uma última olhada na cidade onde nasceu.
Essa foi a teoria apresentada pelo time de analistas no programa 60 Minutes da Austrália sobre as últimas horas do voo MH370. O desaparecimento da aeronave durante rota de Kuala Lumpur para Pequim em março de 2014, com 239 a bordo, está entre os maiores mistérios da aviação do mundo.
Para esse painel, tratou-se de um caso de suicídio do piloto, de 53 anos, que teria premeditado um assassinato em massa derrubando a aeronave no Oceano Índico. Mas antes, disseram, Zaharie teria despressurizado a aeronave, fazendo com que todos os que não estavam usando máscara de oxigênio desmaiassem.
Isso explicaria o silêncio dentro da aeronave que se desviava completamente da rota original: nenhum pedido de socorro, nenhuma despedida ou tentativa de chamar a emergência.
Isso também explicaria como quem estava no controle teve tempo de levar o avião até seu destino final – o fundo do mar. O segredo sobre o que aconteceu nos momentos finais do malfadado voo, e o motivo por trás dele, provavelmente morreu com seus passageiros e piloto.
Mas o time do 60 Minutes, que incluiu especialistas em aviação, o chefe do transporte aéreo da Austrália responsável pela investigação do MH370 e um oceanógrafo, apresentaram o que eles disseram acreditar ser a teoria mais plausível.
“No momento em que o piloto desligou o transponder, ele despressurizou a aeronave, ‘apagando’ os passageiros, disse Larry Vance, um veterano investigador canadense. “Ele ia se matar. Infelizmente, estava matando todo mundo a bordo. E ele fez isso deliberadamente.”
A suspeita de suicídio do piloto pode explicar a estranheza no final da rota do avião: uma inesperada manobra à esquerda.
“Há uma guinada à esquerda e depois uma longa virada para a direita. Em seguida, outra guinada para a esquerda. Pensei muito sobre isso. Finalmente encontrei a resposta: alguém estava olhando pela janela.”
Em 2015, um suicida provocou outra tragédia, a do voo 4U9525 da Germanwings. O copiloto alemão Andreas Lubitz, de 28 anos, se trancou na cabine e provocou a queda do Airbus nos Alpes do Sul da França, matando as 150 pessoas a bordo.