Apesar dos anos que os cientistas passaram estudando a origem de Stonehenge, um dos sítios ingleses mais enigmáticos ainda permanece cercado de mistérios. Uma “biópsia” arqueológica do local revelou que existem vários poços misteriosos ao redor do círculo de pedra, e os cientistas sugerem que eles podem ter sido feitos pelo homem.
O exame de Stonehenge foi realizado por pesquisadores da Universidade de Birmingham e da Universidade de Ghent, na Bélgica. A pesquisa envolveu a combinação de várias técnicas geológicas, como “o primeiro extenso levantamento de indução eletromagnética, 20 escavações arqueológicas direcionadas e análises geradas por computador de milhares de características do subsolo”.
Os cientistas descobriram mais de 400 desses poços ao redor de Stonehenge, cada um com mais de 2 metros de largura. A finalidade dessas covas não era imediatamente conhecida. Os pesquisadores sugeriram que poderiam ser usados para “funções utilitárias”, bem como de alguma forma ligados à “estruturação cerimonial de longo prazo” de Stonehenge.
“Ao combinar novas técnicas de levantamento geofísico com testemunho e escavação pontual, a equipe revelou algumas das primeiras evidências de atividade humana ainda desenterradas na paisagem de Stonehenge. A descoberta do maior poço do Mesolítico Inferior conhecido no noroeste da Europa mostra que este era um lugar especial para comunidades de caçadores-coletores milhares de anos antes das primeiras pedras serem erguidas”, disse Nick Snashall, arqueólogo ao site Avebury World Heritage.
Os poços variam em data do início do Mesolítico (8 mil aC) até a Idade do Bronze Médio (1 mil 300 aC). “Desde os primeiros caçadores-coletores do Holoceno até os habitantes de fazendas e sistemas de campo da Idade do Bronze, a arqueologia que estamos detectando é o resultado de uma ocupação complexa e em constante mudança da paisagem”, observou Paul Garwood, professor sênior de pré-história da Universidade de Birmingham.