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Mistura de fake e trote leva Tiãozinho dessa para a melhor

Acordo de madrugada com o whatsapp apitando:

– É verdade que o Tiãozinho morreu? – pergunta um amigo.

Logo vem outra mensagem:

– O que aconteceu com seu tio?

Tento absorver a triste notícia em meio ao sono profundo, perto das três da manhã. O coração bate acelerado e vem aquele clarão na mente, quando não conseguimos pensar em nada, apenas no morto querido.

Na rede social do próprio Sebastião, o comunicado postado à meia noite e quinze: ele havia morrido de AVC e o velório seria às nove horas, em local bem especificado.

Como eu não soube? Por que ninguém me chamou na hora?

Sinto aquele nó na garganta próprio de uma grande perda, mas, conhecendo bem o falecido, comecei a desconfiar. Fui checar no grupo da família e confirmei a troça: era 1º de abril, dia da mentira e aniversário do Tiãozinho, um brincalhão sem medida.

Como parte do plano, ele fez nova postagem no início da manhã: “Venho comunicar a todos que meu velório foi cancelado. Agora podem mandar os parabéns”. E adicionou emojis de gargalhadas.

Mas a fake news já havia se espalhado. Como o falso morto é muito conhecido e querido, foi a maior comoção em Arapongas-PR, onde mora, e em várias outras cidades. Uma parente de São Paulo, chocada, foi parar no hospital com pressão alta.

Na imobiliária dirigida por ele, clientes chegaram cedo externando condolências. Amigos encomendaram coroa de flores. Muita gente chorou de verdade. Enquanto as filhas desmentiam a todo minuto o ocorrido, Tião, muito sério nos negócios, mas sempre gozador, passou o dia rindo da confusão.

Não foi a primeira vez. Do alto dos seus 72 anos, Tiãozinho já pregou e vive pregando peças. Mas desta vez, disseram, passou dos limites.

– Fiquei aliviada que o Tiãozinho não morreu. Mas agora eu mato ele – brincou uma amiga, depois de passado o susto.

A reação foi parecida em outras pessoas revoltadas com o trote. A vingança não demorou. No dia seguinte, começou a circular nas redes um divertido vídeo com uma travesti se dizendo amante do falecido.

Encomenda, segundo dizem, de um dos genros, que nega. Agora, a diversão virou de lado. Muito cioso com sua masculinidade, Tiãozinho se arrependeu de ter morrido…

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