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Mitos e verdades sobre riscos do câncer de mama

Beka Andrade, Edição

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2016, são esperados 57.960 novos casos com um risco estimado de 56,20 ocorrências a cada 100 mil mulheres.

Diante da dimensão desses números e da preocupação prevalente no sexo feminino, o médico Anderson Silvestrini, responsável técnico da oncologia do Hospital Santa Luzia, em Brasília, esclarece as dúvidas sobre mitos e verdades da doença.

Mito – O uso frequente do sutiã aumenta o risco de câncer de mama. “Nenhum contato com o tecido do sutiã ou compressão da mama aumenta o risco de câncer. Alterações e crescimento desenfreado das células mamarias são mudanças em âmbito celular e não têm relação com compressão.”

Mito – Seios pequenos aumentam a possibilidade? “Não há nenhuma relação com o tamanho das mamas.”

Verdade – Obesidade contribui para o surgimento do câncer? “Neste caso, a obesidade pode estimular as células da mama e gerar um tumor. A gordura periférica do corpo pode ser transformada em hormônio feminino, e a estimulação pelo hormônio produzido pelo próprio corpo poderia aumentar as chances de estimular esse crescimento celular irregular.”

Mito – Uso frequente de antitranspirante? “Não existe nenhum estudo comprovando que o uso de desodorante aumente a incidência na formação de tumor.”

Mito – Implantes de silicone aumentam o risco? “Não há comprovações de que a inserção da prótese de silicone gere a doença. O que pode ocorrer é a prótese dificultar a visualização da mama no momento da mamografia. Muitas vezes, os médicos recomendam que a paciente faça ressonância magnética para visualizar melhor a mama.”

Mito – Pancadas nos seios? “O trauma em geral não aumenta o risco da incidência de câncer. Uma pancada no seio pode causar um hematoma ou algum processo inflamatório, mas não aumenta o risco de tumor que é um processo desenfreado de crescimento das células mamárias.”

Verdade – Exercício físico diminui o risco de câncer de mama? “A prática de exercícios físicos diminui o risco principalmente quando a mulher perde peso, ou se mantém no seu peso ideal. Existem estudos que comprovam que atividade física regular apos o tratamento do câncer de mama reduz em 20% as taxas de recidiva.”

Em tese – Hereditariedade garante caso de câncer nas mamas? Há a possibilidade. “Não necessariamente. Somente em cerca de 5 a 10% dos casos há questões hereditárias envolvidas. Em geral, alterações no próprio corpo causam a doença. Quando vários familiares de primeiro grau tem a patologia, a chance de câncer induzido por hereditariedade se torna maior.”

Fatores de risco – O fato de ser mulher é o principal fator de risco. Homens também podem desenvolver a doença mas isto é raro e, segundo o INCA, representa apenas 1% do total de casos da doença. O médico reforça que a idade também pode influenciar fatores de câncer. “Jovens com câncer de mama não é algo muito comum. O normal é que o risco aumente em até 60% em mulheres acima dos 50 anos”, afirma.

Além disso, a mulher que possui poucos filhos tem mais chance de desenvolver este tipo de câncer. Isto porque, segundo Dr. Anderson, quanto mais ciclos menstruais uma mulher tem durante a vida, maior o risco. “Isso também vale para aquelas que passaram por menarca precoce – primeira menstruação antes dos 10 anos de idade – e menopausa tardia”, completa.

Anderson alerta que mulheres precisam fazer exames de mama periodicamente. “É importante ficar atenta ao próprio corpo e, se achar algo diferente, procurar um médico. Além disso, é aconselhável manter dieta equilibrada e exercício físico regular e se estiver acima dos 40 anos, os exames devem ser feitos ao menos uma vez a cada dois anos”, completa.

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