Sombras de narcisismo
Monólogo com palavras secas vira partículas de pó
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emAutor/Imagem:
Rafaela Fernanda Lopes/Foto Produção Francisco Filipino
No redemoinho do ego alheio, me perco,
Em uma voz que murmura, um deserto mortal,
Fala alto, pensamentos estreitos, tão secos,
Sobre si, um monólogo sem termo, fatal;
Critica o mundo, mas não vê o próprio reflexo,
No espelho da vida, só sua sombra está lá,
Esquece que há outras pessoas,
Em silêncio, tristes e complexas,
Que sufocam no vácuo que o egoísmo dará;
Gira, gira, em torno de si, em espiral,
E eu, só busco um sopro de paz,
Mas o ar é pesado, com o julgamento banal,
E a compreensão se esvai, se desfaz;
Sufocada pela indiferença que assola,
Pelo mundo que gira em torno de um só.
Busco fuga, um alívio, na imensidão que acolha,
O cansaço de ser sombra, onde não há luz,
Mas somente partículas de pó.
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