No redemoinho do ego alheio, me perco,
Em uma voz que murmura, um deserto mortal,
Fala alto, pensamentos estreitos, tão secos,
Sobre si, um monólogo sem termo, fatal;
Critica o mundo, mas não vê o próprio reflexo,
No espelho da vida, só sua sombra está lá,
Esquece que há outras pessoas,
Em silêncio, tristes e complexas,
Que sufocam no vácuo que o egoísmo dará;
Gira, gira, em torno de si, em espiral,
E eu, só busco um sopro de paz,
Mas o ar é pesado, com o julgamento banal,
E a compreensão se esvai, se desfaz;
Sufocada pela indiferença que assola,
Pelo mundo que gira em torno de um só.
Busco fuga, um alívio, na imensidão que acolha,
O cansaço de ser sombra, onde não há luz,
Mas somente partículas de pó.