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Moradores do Lago Sul caem de pau em Rollemberg e condenam derrubadas na orla

Em clima tenso, moradores do Lago Sul lotaram o auditório da administração regional para expor preocupações acerca da desobstrução da faixa de 30 metros das margens do Lago Paranoá, à qual se mostraram contrários. Uma das questões mais frequentes do Diálogos da Orla na noite dessa quinta-feira (3) foi a efetiva recuperação e manutenção ecológicas das áreas de preservação permanente.

O ambientalista João Sobrinho questionou: “Como o governo pretende preservar se vai abrir essa área tão sensível para a população?” Segundo ele, os proprietários dos lotes não são contra a preservação, mas temem que, ao abrir o acesso, haja um desastre ecológico.

A presidente do Instituto Brasília Ambiental, Jane Vilas Bôas, explicou que tecnicamente, quando está em ambiente urbano, uma área de preservação ambiental permite, sem prejuízos, a construção de equipamentos de pequeno impacto e de interesse social, como ciclovias. “De qualquer maneira, a reocupação pública da orla será feita levando-se em consideração sugestões em momentos como este e, posteriormente, pela internet.”

O plano para recuperar as áreas degradadas será construído, destacou Jane, com base na participação popular, no plano de manejo da área de proteção ambiental do Lago Paranoá e no zoneamento do espelho d’água — todos prontos em anos anteriores. O representante da Associação dos Moradores da QL 12 Luiz André Reis sugeriu que os parques e a margem permaneçam isolados até que o planejamento esteja totalmente concluído. “Para criar um parque é preciso planejar, por exemplo, estacionamentos; minha rua ficou inacessível com a realização de um evento na orla no último fim de semana e isso não pode acontecer.”

“Não somos invasores, cercamos área pública baseados por uma lei de 2005 [nº 1.519] e agora estamos vendo toda essa destruição”, disse o presidente da Associação dos Amigos do Lago Paranoá, Marconi de Souza. A representante da Agência de Fiscalização do DF (Agefis) Márcia Muniz explicou que a operação é apenas a ponta de uma decisão judicial e que a ação de desobstrução somente pode ser suspensa por outra ordem da Justiça.

Os deputados distritais Robério Negreiros (PMDB), Cristiano Araújo (PTB) e Rafael Prudente (PMDB) e o procurador federal Roberto Eduardo Giffoni fizeram questionamentos ao Executivo com relação à disponibilidade de orçamento para a operação, à garantia de preservação ambiental da margem do Lago Paranoá e ao total cumprimento da sentença judicial.

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