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Funcionários se queixam de condições precárias de hospital em Itaboraí

Moradores de Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, reclamam do atendimento no único hospital público da cidade. De acordo com o G1, funcionários também se queixam da falta de materiais médicos e de atraso nos salários no Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior.

Na porta do hospital, a pensionista Teresa Maria da Conceição se diz decepcionada com o atendimento.

“O atendimento aqui está péssimo. Não tem remédio, não tem nada. Nem atendimento direito eu tenho. Eu me sinto abandonada, completamente”, disse a mulher.

Médicos da unidade também denunciam que faltam medicamentos e materiais básicos.

“Hoje, para iniciar o tratamento estão faltando antibióticos essenciais como, oxacilina. Insumos básicos como luvas, gaze. Outro dia trabalhei sem soro fisiológico”, disse um funcionário que não quis se identificar.

Outro funcionário diz que se está usando gaze não esterilizada, o que pode contaminar um paciente, por exemplo que esteja com um corte aberto. Mesmo com condições precárias, os pacientes não param de chegar ao hospital.

“Tenho até medo de trazer minha mãe aqui e minha mãe sair morta, igual a meu pai que saiu morto daqui. Isso aqui está abandonado”, desabafa o eletricista Paulo Roberto Sales,

Os pacientes dizem que os problemas são antigos, uma delas diz que há sete anos espera ligações para poder marcar uma cirurgia. A operação é marcada e remarcada a todo instante. Para os funcionários, a situação piorou nos últimos três meses quando os salários começaram a atrasar.

“Desde maio a gente vem sofrendo para receber. A gente recebeu em 25 de junho metade do salário de maio. Junho não tem previsão de pagamento”, disse outro funcionário, que não se identificou.

Com a crise, muitos funcionários estão se demitindo. O secretário de Saúde de Itaboraí, Edilson Santos diz que a falta de medicamentos e insumos foi pontual. Ele admite desabastecimento de alguns itens nos últimos 15 dias, mas nada que tenha afetado o atendimento de emergência do Hospital Leal Júnior.

“A prefeitura vem passando por uma série de dificuldades com relação à receita, com relação à captação de recursos por conta da paralisação das obras do Comperj. Isso fez com que perdêssemos mais de 50% da receita. Isso vem acontecendo desde o final do ano passado. Além disso, tem o efeito do cenário econômico nacional, que provoca um efeito em cascata, que vem contribuindo para que a prefeitura sofra as consequências dessa falta de recursos”, explicou o secretário.

Segundo o secretário, o prefeito determinou uma série de ajustes nas contas, sem deixar de priorizar a saúde, principalmente no setor de emergência. A empresa que está administrando o hospital está cumprindo o seu papel e regularizando o abastecimento de insumos e de itens pontuais.

O secretário diz que o atraso do pagamento é pontual, com os contratados pela empresa administradora do hospital. Ele diz que os médicos e funcionários concursados e contratados pelo município estão com o pagamento em dia, assim como os celetistas. E promete até o fim do mês fazer o pagamento de junho.

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