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Politicagem verde

Morde e assopra de Lula está criando a alcunha de Fidyuma Kudoskara

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto de Arquivo

A decisão terraplanista de Luiz Inácio e da Executiva do PT a respeito do ditador venezuelano Nicolás Maduro é garantia de zoação da direita, da extrema-direita e até de brasilianistas até 2050. Imaginem o José da Silva, casado com a Maria das Dores, batizando o casal de gêmeos com os singelos nomes de Lucas Trado e Liz Foley. Grosso modo, é tão rocambolesco como um síndico se eleger sem votos, sumir com as atas e o síndico do prédio ao lado dizer aos condôminos que foi tudo normal. Normal para quem, cara pálida? Muito mais do que viajar na maionese do duplo sentido, a posição lá e cá do PT significa não ter medo da zoeira, da trolagem. Será que os próceres petistas estão mesmo à vontade?

O povo brasileiro tem certeza de que não. Apelidado de Takacara Nomuro, Lula parece ter confundido a eleição da Venezuela com a disputa para o comando da Igreja Universal do Reino de Deus. A diferença entre a vizinha nação e o império da fé montado e gerido por Edir Macedo é tênue. Ambos se imaginam poderosos e eternos como seres humanos e como comandantes de um amontoado de fanáticos em busca da salvação. A fina linha que os separa também é ainda mais delgada: enquanto um usa a força da palavra para se manter no poder, o outro se utiliza da palavra força para ameaçar e assustar oponentes.

Com ou sem banho de sangue, mas com o mesmo objetivo da perpetuação, os dois líderes seguem, democrática e pacificamente, denominando os antagônicos de fascistas. Tudo a ver com o que experimentamos entre 2018 e 2022 e com o que estamos vivendo nesta semana de exorbitante e morfológica da farsa política inventada por Maduro e, até prova em contrário, defendida por Lula da Silva. Eis o X da questão. É o que me impede de ganhar 10 em uma prova sobre sintaxe, parte da gramática que estuda a relação das palavras com a concordância, subordinação e ordem de uma frase.

Sem apelação, como explicar para leigos que a versão do extremo esquerdismo do PT sobre Nicolás Maduro é absolutamente igual ao extremo bolsonarismo em relação às ditaduras de direita? Não há explicação lógica, pois, ao fim e ao cabo, esse tipo de análise parte toscamente de grupos similares, atrapalhados e sem polimento algum. Popularizando, são farinhas do mesmo saco. Como no exemplo entre Maduro e Edir Macedo, a discordância se limita à forma como são explicitadas. Em síntese, é a sutil persuasão do PT e de Lula contra a ostensiva manipulação de Macedo e de Jair Messias na cabeça oca de seus seguidores.

Crença à parte, qualquer tipo de flerte com o arbítrio deve ser rejeitado e enjeitado por todos que prezam pela plena essência do vocábulo democracia. Obviamente não é o caso do ditador da Venezuela, cuja ideologia, além de pendular, é indefinida. Portanto, dizer que não há nada de anormal acontecendo no país de Nicolás é o mesmo que reconhecer a vitória do ditador e acabar de vez com o discurso reparador de que não vai ter golpe no Brasil. Desconheço eventuais interesses fortuitos. Por isso, fora um suposto alinhamento político, Luiz Inácio está a anos luz de Maduro, da mesma forma que, econômica, política e socialmente, o Brasil dista milhares de quilômetros da Venezuela.

Então, não há explicação plausível para a explícita bajulação a um medíocre, ultrapassado e embusteiro mandatário. O posicionamento ambíguo e irreal de Lula pode lhe custar o apoio daqueles que, como eu, votaram nele por exclusão. Ele deu sorte, porque jamais votaria em candidatos da extrema-direita. Diante da dubiedade petista, ficou difícil aceitar as aspas da esquerda ou da extrema-esquerda quanto às atas escondidas por Maduro no sarcófago de Hugo Chávez. Voltando a Lula, independentemente do que produza nos próximos dias, é grande o risco de que ele vá para a urna eletrônica em 2026 com o sugestivo nome de Fidyuma Kudoskara ou, de forma mais clara, Mentiro Nakaradura.

*Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras

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