Mateus Coutinho
O delator e patriarca do grupo empresarial Odebrecht, Emílio Alves Odebrecht, depõe nesta segunda-feira, 13, ao juiz federal Sérgio Moro, a partir das 9h30, como testemunha de seu filho e também delator Marcelo Odebrecht, preso desde 2015 na Operação Lava Jato.
Emílio, que foi um dos responsáveis por coordenar junto com os advogados as negociações com o Ministério Público Federal para a colaboração premiada de executivos e ex-executivos da empreiteira, vai falar pela primeira vez ao juiz responsável pelas ações da Lava Jato na primeira instância, por meio de videoconferência, diretamente do Fórum Criminal de São Paulo.
Além dele, também serão ouvidos na defesa de Marcelo o atual presidente do grupo Odebrecht, Newton de Souza, e os ex-executivos da empresa e também delatores da operação Pedro Novis e Márcio Faria.
Palocci – Ligados à cúpula da empreiteira, eles vão depor na ação penal da Lava Jato em Curitiba na qual o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff) é acusado de atuar para favorecer os interesses da Odebrecht junto ao governo federal na contratação de sondas de exploração do pré-sal com a Petrobras.
Por lei, Emílio poderia não falar nada que implicasse seu filho em irregularidades. Com fez o acordo de delação premiada, contudo, o patriarca do grupo será obrigado a contar o que sabe sobre os episódios apontados pelo Ministério Público Federal na acusação que atinge, além de Marcelo, os ex-executivos da empresa Hilberto Mascarenhas, Luiz Eduardo Soares e Olívio Rodrigues Júnior, supostamente envolvidos na lavagem de dinheiro de propina para a empreiteira.
Outras testemunhas – Na parte da manhã, também será ouvido pelo juiz federal Sérgio Moro o ex-ministro da Justiça no governo Dilma José Eduardo Cardozo, arrolado como testemunha de defesa de Antonio Palocci. Além deles, outras duas testemunhas chamadas pela defesa do sociólogo Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, depõe pela manhã.
Na parte da tarde, a partir das 14h, será ouvido o vice-governador do Rio de Janeiro Francisco Dornelles (PP), arrolado também como testemunha de defesa de Palocci, e outras sete testemunhas arroladas por demais réus da ação penal.