Moro reage e alfineta grupo que pede Lula fora da cadeia

O ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro reagiu com firmeza – e em determinados momentos até com ironia – aos ataques que sofreu de deputados da oposição, na abertura de uma reunião convocada para que ele explicasse um suposto conluio com o Ministério Público para mandar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a prisão.

Os debates, acalorados, foram na Câmara, onde o ministro atacou o site The Intercept Brasil, que fez um ‘papel sujo’ tentando virar um mártir da imprensa. A impressão que fica, disse Moro, é que os autores das reportagens sobre conversas vazadas da Lava Jato tentaram forçar a expedição de um mandado de busca e apreensão. “Querem (os jornalistas do site) virar vítima ou mártir da imprensa”, disse Moro.

O ministro lembrou, raciocinando sobre o assunto, que “esse mesmo site, no dia 13 de junho, divulgou mensagens sem qualquer espécie de consulta prévia, um expediente em jornalismo um tanto quanto reprovável. Fiquei com a impressão que o site queria que fosse ordenada uma busca e apreensão, talvez por aparentar uma espécie de vítima, um mártir da imprensa ou coisa parecida.”

Sérgio Moro foi duro e irônico durante sua fala na audiência convocada pela Comissão de Constituição e Justiça. Sobre condenações na Lava Jato, ele foi enfático ao dizer que “se ouve (falar) muito da anulação do processo do ex-presidente (Lula), tem que se perguntar então quem defende Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Renato Duque, todos estes inocentes que teriam sido condenados segundo este site de notícias”.

Sempre em tom provocativo, Moro frisou que “precisamos de defensores destas pessoas. Que elas sejam colocadas imediatamente em liberdade já que foram condenadas pelos malvados procuradores da Lava Jato, pelos desonestos policiais e o juiz parcial”. Depois, agressivo, enfatizou que “existe muito revanchismo. Tenho certeza que se durante a condução da Lava Jato eu tivesse me omitido, deixado a corrupção florescer, virado os olhos para outros lados, eu não sofreria estes ataques. Tenho certeza que isso não aconteceria.”