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Passado de impunidade

Moro sugere que corrupção só acaba com ampla reforma

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Altamiro Silva Junior e Thais Barcellos

O juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, afirmou que não se resolve corrupção apenas com processos judiciais, e é preciso ter reformas. “Temos passado de impunidade”, disse o juiz durante o Fórum Estadão Operação Mãos Limpas & Lava Jato.

Moro ressaltou que uma das diferenças importantes entre o Brasil e Itália é que aqui foi feito “largo uso” da colaboração premiada. “Temos esse instituto mais claro na legislação brasileira. Não deixa de ter suas polêmicas mas, se bem utilizado, serve como recurso para revelar esses crimes.”

O juiz ressaltou que os números da Operação Mãos Limpas são mais expressivos, com mais de 800 prisões e 3 mil investigados. A Lava Jato é mais “modesta”, mas foram presos pessoas mais “ilustres”. Ele citou, ressaltando que não é muito bom em estatísticas e que nunca conta as fases da Lava Jato, que só no primeiro ano foram 33 julgados em Curitiba e que quatro ex-diretores da Petrobras estão cumprindo pena, além de dirigentes de empreiteiras.

Moro ressaltou que na Petrobras houve um loteamento de cargos, descoberto pela Lava Jato, mas não se vê movimento para se alterar esquemas de corrupção no País e nem “clamor por reformas”. “Precisamos de reformas mais abrangentes, não apenas de processos judiciais.”

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