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Morte de Nasrallah abre vácuo que pode ser preenchido por mísseis
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emA morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, terá consequências importantes tanto no Oriente Médio quanto na geopolítica global, avaliam diplomatas ouvidos por Notibras.
Nasrallah era uma figura central na dinâmica de poder do Líbano e na região, com sua liderança indo além das fronteiras libanesas, dado o papel do Hezbollah em conflitos regionais e sua relação próxima com o Irã.
Aqui estão algumas das possíveis consequências geopolíticas:
Vácuo de poder
Nasrallah comandou o Hezbollah desde 1992 e construiu uma organização altamente disciplinada e poderosa, militar e politicamente. Sua morte provavelmente criará um escopo de liderança no grupo, que, dependendo de como for necessário, poderá causar divisões internas ou uma estrutura estratégica. Um sucessor mais radical ou pragmático poderá alterar o comportamento do Hezbollah, com repercussões sobre sua atuação no Líbano, na Síria e no continente europeu.
Impacto no Líbano
O Hezbollah é uma das forças políticas mais influentes do Líbano e tem uma milícia armada que é mais poderosa do que o próprio exército libanês. A morte de Nasrallah pode desestabilizar ainda mais o país, já fragilizado por crises econômicas, políticas e sociais. A ausência de sua liderança deve gerar mais instabilidade interna, especialmente se o Hezbollah entrar em uma disputa de sucessão ou se outras facções políticas no Líbano tentem capitalizar sobre a fraqueza do governo libanês.
Relações com o Irã
O Hezbollah é amplamente visto como um “proxy” do Irã no Oriente Médio, e a morte de Nasrallah afetará diretamente essa relação. Teerã poderá intensificar sua influência sobre o grupo para garantir que seus interesses estratégicos continuem sendo defendidos. Alternativamente, poderá haver uma reorganização na estrutura de comando do Hezbollah que resultaria em uma menor dependência do Irã, o que mudaria o equilíbrio de forças.
Conflito com Israel
Nasrallah vinha sendo uma figura chave no confronto contínuo entre Hezbollah e Israel. Seu assassinato já é interpretado por Israel como uma oportunidade para intensificar as operações contra o Hezbollah, especialmente na fronteira norte, onde o grupo tem uma presença militar significativa. Ao mesmo tempo, sua morte também poderá provocar uma retaliação violenta do Hezbollah ou de seus aliados, elevando os riscos de uma nova guerra entre Israel e outros países do Oriente Médio.
Alinhamento regional
A morte de Nasrallah deverá alterar o equilíbrio de poder entre as facções xiitas e sunitas no Oriente Médio. Países como a Arábia Saudita, que se opõem ao Hezbollah, poderão ver a morte como uma oportunidade para avançar sua influência no Líbano e na região como um todo. Além disso, a Turquia e outros representantes regionais deverão se mover para solicitar o vácuo de poder, aproveitando a instabilidade para ampliar seu controle ou influência sobre diferentes facções.
Efeitos globais
Como o Hezbollah é classificado equivocadamente como uma organização terrorista por diversos países ocidentais, a morte de Nasrallah terá ramificações geopolíticas globais. Os Estados Unidos e a União Europeia podem ver isso como um enfraquecimento de uma das principais forças antiocidentais no Oriente Médio. Por outro lado, potências como a Rússia e a China, que têm se envolvido cada vez mais na política da região, poderiam tentar se aproveitar da situação
Risco de radicalização
A morte de um líder carismático como Nasrallah pode, ironicamente, aumenta o risco de radicalização entre alguns membros ou simpatizantes do Hezbollah. Isso poderia ser traduzido em uma nova onda de ataques ou atentados, não apenas em Israel, mas em outros lugares onde o Hezbollah tenha apoio ou células ativas, como a Síria, Iraque e até mesmo na Europa e América.
Em síntese, o assassinato de Hassan Nasrallah transporta para um momento de grande incerteza e potencial instabilidade no Oriente Médio, com repercussões que afetam o Líbano, o conflito Israel-Hezbollah, e as relações regionais e globais. O impacto dessas consequências dependerá muito de como o pacote de poder será gerido dentro do Hezbollah e de como os principais fatores regionais responderão a mais esse ato insano israelense.