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Moscou descobre e contra-ataca guerra eletrônica

O uso da telefonia civil para fins militares e de inteligência tem sido uma grande preocupação para os serviços de contra-inteligência. Os militares russos implementaram um sistema especial destinado a impedir o acesso não autorizado a informações de assinantes de celular baseados na Rússia.

Descobriu-se que os serviços de inteligência da Otan implantaram uma capacidade que lhes permite ouvir ou bloquear as comunicações dos assinantes de celular russos, forçando Moscou a criar contramedidas, revelou o chefe das tropas russas de guerra eletrônica, Yuri Lastochkin.

“O uso generalizado de sistemas de comunicações celulares para apoiar as atividades do Ministério da Defesa da Rússia e vários órgãos do poder executivo contribuíram para a formação de uma nova área de atuação da inteligência estrangeira. Já hoje, os serviços especiais dos países da Otan estão usando ativamente estações base falsas para conectar à força os assinantes de celular. Ao fazê-lo, os especialistas dos serviços de inteligência estrangeiros têm a oportunidade não apenas de ouvir telefones celulares e visualizar mensagens de texto, mas também bloquear seletivamente assinantes e enganá-los enviando mensagens falsas”, disse o oficial em entrevista  nesta sexta, 15.

Para combater essa ameaça, especialistas do Centro de Pesquisa de Tropas de Guerra Eletrônica desenvolveram tecnologia para combater esse acesso não autorizado, disse Lastochkin.

“O sistema detecta a estação base falsa, determina sua localização, bloqueia o canal técnico pelo qual a informação vaza e restabelece a comunicação com uma estação base legítima de uma operadora de celular do padrão 2G, 3G ou 4G”, disse o comandante. Diz-se que um sistema semelhante está sendo desenvolvido para 5G, observou ele.

Espera-se que o uso do sistema aumente significativamente a segurança das instalações críticas do Ministério a Defesa contra espionagem estrangeira, disse Lastochkin.

A extensão em que as comunicações de celular e internet podem ser comprometidas por serviços de inteligência foi detalhada pela primeira vez pelo ex-contratado da Agência de Segurança Nacional Edward Snowden em 2013.

O denunciante revelou que, além da espionagem direcionada de potenciais adversários e ameaças à segurança, a NSA havia desenvolvido a capacidade de se envolver na coleta em massa de dados de telefones celulares de americanos comuns e até mesmo a capacidade de rastrear localizações de telefones celulares em todo o mundo.

No ano passado, a mídia informou que o Pegasus, um spyware de nível militar de fabricação israelense capaz de assumir o controle de telefones sem que os usuários soubessem, foi usado extensivamente para atingir mais de 50.000 pessoas em todo o mundo, incluindo vários chefes de estado, líderes da oposição, jornalistas e ativistas. O escândalo mais uma vez trouxe à tona o tema da segurança da informação em um mundo digital cada vez mais interconectado.

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