Lorenna Rodrigues
A intervenção do Cade teve impacto no dia a dia do brasiliense, que, acostumado aos valores praticamente iguais em todos os postos, não tinha o hábito de pesquisar preços antes de abastecer.
O nutricionista Douglas Moreira, de 30 anos, incorporou à rotina percorrer os 8 quilômetros de uma das principais vias de Brasília – o Eixo Norte – observando os preços cobrados pelos postos de gasolina. Quando descobre o mais barato, volta para abastecer, prática que tem feito uma vez por semana.
“Encontro diferenças de mais de R$ 0,20, o que, no fim do mês, valem a pena. Faço uma economia de até R$ 40. Já é o dinheiro de uma ida ao cinema”, compara.
Moreira afirma que, antes da intervenção do Cade, costumava abastecer o carro apenas quando ia visitar os parentes em Formosa (GO), cidade que fica a quase 90 km de Brasília, uma hora de viagem de carro. “A gasolina lá era mais barata, mas isso mudou com o fim do cartel”, afirma.
A servidora pública Ruth Lopes, de 29 anos, também passou a anotar os preços cobrados nos postos de combustível que encontra pelo caminho. Na semana passada, esperou cerca de 20 minutos para conseguir abastecer no posto com valores mais baixos que encontrou. “Antes, eu abastecia em qualquer posto, mas de um tempo para cá tem bastante diferença.
Vale a pena pesquisar”, completou.
As filas se tornaram comum nos postos de Brasília que fazem promoção, assim como faixas e banners anunciando preços. Antes da intervenção do Cade, um posto do Distrito Federal era famoso por suas faixas “denunciando” a combinação de preços dos concorrentes.
Com dizeres como “nos ajude a acabar com o cartel que domina o mercado”, era um dos poucos locais onde o valor cobrado não era exatamente o mesmo do posto vizinho.