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Motos BMW silenciam, mas surge novo barulho, agora na segurança do governo de RR

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O ronco das BMW que tiraram noites de sono de dirigentes do Detran da capital da República, vai virar acalanto se comparado ao barulho que está prestes a estourar no Conselho de Governança do Distrito Federal. O desenho que se avizinha é de pesadelos.

O tormento provocado por fantasmas arrastando velhas correntes enferrujadas, que tem deixado muita gente de cabelos em pé, é fruto de uma estratégia mal traçada. O odor de enxofre exala das gavetas de Juliana Amorim de Souza, que fez adormecer por longo tempo em suas gavetas os processos de licitação de segurança privada.

Juliana é chefe de gabinete de Leany Lemos, secretária de Planejamento de Rodrigo Rollemberg. Nesse desenho, porém, Leany não aparece. Muito menos suas digitais. Quem conhece o problema, exime a secretária de culpa. Há quem atribua a ela, inclusive, o papel de santa alfinetada por um capetinha.

A história, complexa, é contada em capítulos. Um deles é escrito por auditores do Tribunal de Contas do Distrito Federal. Naquela Corte, até os conselheiros estão cobrando informações sobre os motivos que levaram ao abandono do processo licitatório. Eles podem aceitar diferentes argumentos, desde que não tenha contratos emergenciais como ingredientes.

Rombo de 10 mi – Com base em denúncia encaminhada à nossa Redação, Notibras apurou que os contratos de segurança de todos os órgãos do Governo de Brasília deveriam ser unificados em uma única grande licitação, de responsabilidade da Secretaria de Planejamento.

Porém, como o processo foi engavetado no gabinete da secretária, não há mais tempo hábil para a realização do certame, nos moldes da lei. A saída – e esse é o temor dos conselheiros do Tribunal de Contas – seria a renovação em caráter de emergência de parte dos contratos vigentes. Se isso acontecer, os combalidos cofres de que Rollemberg tanto reclama teriam um prejuízo estimado em 10 milhões de reais.

No âmbito da Secretaria de Saúde, área mais fragilizada com a demora na licitação, um assessor de nível superior desabafou em tom pesaroso: “Retiraram o contrato daqui e agora somos obrigados a nos expor a questionamentos do Ministério Público. Com todos os problemas que enfrentamos, vem mais esse. É só imaginar uma maternidade ou UTI com a segurança em situação precária. Os pacientes são vulneráveis, são os mais prejudicados”.

A responsabilidade objetiva pelo atraso na licitação já é considerada pelos auditores do TCDF como passível de improbidade administrativa. Na Secretaria de Planejamento, mais uma vez, o retrato que se faz é de uma santidade que atende pelo nome de Leany Lemos. O quadro com cores negras é atribuído a Juliana Amorim, a quem caberia acompanhar e agilizar os processos a seu cargo.

Juliana, aliás, está com tudo e não está prosa – lembra um influente servidor da Seplag. E sustenta, a propósito, que a chefe de Gabinete seria a responsável pelas articulações que resultaram na nomeação em cargo de confiança de um irmão mais novo de gente responsável por difundir uma boa imagem da Secretaria. O caso, denunciado por servidores da área de Recursos Humanos, está sendo investigado pelos órgãos de controle interno e da Secretaria de Transparência.

As informações que chegaram a Notibras indicam que Juliana teria ocultado o grau de parentesco do novo comissionado, mantendo a própria Leany, que não abonaria gesto dessa natureza, sem conhecimento do assunto.

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