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Saída à francesa

Mourão propõe criar ‘um corredor’ para deixar Maduro escapar da Venezuela

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Autor/Imagem:
Thaís Barcellos

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, disse nesta quinta-feira, 24, que, diante da possibilidade de uma guerra civil na Venezuela, a missão dos outros países é oferecer uma saída para o presidente do país, Nicolás Maduro.

“Tem que ter um corredor de escape. Temos que deixar lugar para o Maduro e sua turma escaparem”, disse Mourão, em entrevista ao programa Roberto D’Ávila, da GloboNews.

O vice-presidente citou como exemplo a Batalha de Lomas Valentinas, durante a Guerra do Paraguai, na qual Duque de Caxias deixou o presidente paraguaio Francisco Solano López escapar.

Mourão admitiu, no entanto, que há risco de Maduro resistir – o presidente venezuelano tem o respaldo das forças militares do país. “Mas acho que em algum momento as Forças Armadas (da Venezuela) terão que participar desse processo unidas.”

O vice-presidente negou que o Brasil tenha sido caudatário dos Estados Unidos ao reconhecer, logo após os americanos, o autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó. “Na realidade, a resolução do Grupo de Lima foi bem forte e já considerava o governo do Maduro uma ilegalidade. Então acho que seguimos o que o Grupo de Lima já tinha previsto.”

Na entrevista, o presidente em exercício justificou que a mudança na previdência dos militares tem de ser feita em uma segunda etapa, após a aprovação da reforma do sistema geral, porque o “caminho é muito mais fácil”.

“A PEC [proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência] vai ter duas votações [em primeiro e segundo turno] A nossa visão, a visão do grupo dos militares, é que nosso caminho é muito mais fácil. Então o que poderia acontecer? Se oferece já a lei que corrige o sistema de proteção dos militares e reestrutura a carreira, essa lei é aprovada de imediato e o restante da reforma não passa [em um cenário hipotético]. Essa é a dicotomia.”

Mourão ressaltou, contudo, que os militares vão contribuir com o ajuste fiscal. “Aprovada em primeiro turno a PEC, entra o projeto de lei dos militares.”

Sobre as mudanças na Lei de Acesso à Informação, assinadas em decreto nesta quinta, Mourão voltou a dizer que a razão é a redução da burocracia. O decreto ampliou o número de servidores que podem colocar um documento público em sigilo. “Não ferimos em nenhum momento a Lei de Acesso à Informação.”

Ficava tudo concentrado na mão do ministro, o que atrasava os trabalhos. Agora terá maior rapidez para não só colocar um grau de sigilo, mas para levantar esse grau de sigilo.”

Mourão ainda tentou mais uma vez afastar a investigação sobre as movimentações financeiras suspeitas do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, do governo. Mas frisou: “A lei é para todos”.

Ele repetiu que a questão pertence ao senador eleito e voltou a citar a expressão militar “apurundaso”, que significa “apurar e punir se for o caso”. “Temos que esperar o trabalho que está sendo feito pelo Ministério Público do Rio de Janeiro em termos de investigação. E que depois sigam os trâmites normais de qualquer processo judicial.”

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