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Assédio no Fuego

MP espera Papai Noel para livrar Chapeuzinho do Lobo Mau

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Autor/Imagem:
Pontes de Miranda Neto II - Foto Reprodução

No período de férias de nosso diretor-editor, que terá início logo após o já vigente recesso de fim de ano, coube a este colunista, sem prejuízo de outros escritos, dar continuidade à novela da vida real, da vida como ela é, parafraseando Nelson Rodrigues, com mais um capítulo do que se passa (ou passou) no Fuego. Trata-se de um restaurante, point de celebridades da República, onde uma funcionária diz ter sido vítima de assédio moral e sexual. A título de ilustração do que já foi dito neste espaço, Chapeuzinho Vermelho é a vítima. Um dos patrões é o Lobo Mau.

Feita a ocorrência policial inicial na 1ª DP, na Asa Sul, foram ouvidos num primeiro momento Rute Lisbôa, neta da Vovozinha que vivia dias tranquilos em sua casinha na floresta, e Leandro Caetano Pompeo, que revezaria momentos entre garanhão e lobo-guará no luxuoso Lago Sul, bairro nobre de Brasília. As versões dos dois são contraditórias, segundo cópias dos depoimentos a que Notibras teve acesso. Outras testemunhas estão sendo ouvidas e mais outras são esperadas pelo delegado e pelo escrivão.

Enquanto isso, informa-se no Plantão do Ministério Público, que promotoras e procuradoras estão ansiosas para tentar socorrer Chapeuzinho Vermelho das garras do Lobo Mau. A expectativa cresce à medida em que se aproxima o Natal. A esperança é a de que Papai Noel faça uma rápida parada com seu trenó no estacionamento da 1ª DP e recolha, embrulhado para presente, o inquérito que apura supostos casos de assédio moral e sexual no Fuego.

No restaurante, é o que também se comenta, reina um clima de terror. E os sócios do suposto Lobo Mau, que gosta de degustar chapeuzinhos-vermelho como sobremesa, cruzam os braços e fazem vista grossa para o que estaria acontecendo.

Rute conta reservadamente – embora não conste no depoimento à polícia -, que Leandro dizia ‘imoralidades’ no ouvido dela, “chegando mesmo a abraçar-me pela cintura após elogios estranhos”. Na delegacia, Leandro negou as acusações. E garantiu que sempre dispensou aos seus funcionários um tratamento cordial e respeitoso. Trechos dos dois primeiros depoimentos podem ser lidos nas reproduções enxertadas neste texto.

Dois dos próximos capítulos já estão sendo redigidos. Um questiona o fato de empregado, temendo perder o emprego, afagar patrão e trair colegas. Outro, aborda denúncias de desvios no caixa do Fuego, o que estaria provocando um racha entre os sócios.

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