Os ministérios públicos do Distrito Federal e das cidades paranaenses de Apucarana e Guarapuava investigam um suposto esquema de favorecimento em licitações a empresas de transporte público ligadas a duas famílias – Constantino, que controla a companhia aérea Gol, e Gulin, do Paraná.
Segundo o G1, os estudos de logística e edital de licitação do transporte público dessas três localidades foram elaborados pela Logitrans, empresa que tem entre seus sócios os consultores Garrone Reck e um filho dele, Alex Reck.
Sacha Reck, um outro filho de Garrone, já defendeu os interesses das famílias Constantino e Gulin, ligadas aos vencedores das licitações no DF e no Paraná. Segundo suspeita do MP, empresas representadas por Sacha Reck são habilitadas e vencem licitações onde a Logitrans e o escritório do advogado atuam na elaboração dos editais.
A suspeita é reforçada em decisão do juiz federal Antonio Claudio Macedo da Silva, que na última sexta-feira mandou suspender o reopasse de verbas do BNDES para as empresas vencedoras da licitação no DF renovarem suas frotas.
“A empresa Logitrans é contratada para a realização do contrato de licitação, abordando os aspectos técnicos; o escritório de advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha Reck é contratado como órgão consultor, sem indicação de procedimento prévio de licitação ou procedimento de dispensa/inegibilidade de licitação. (…) O escritório de advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha Reck controla o procedimento de habilitação e inabilitação dos concorrentes. Empresas que anteriormente celebram contratos advocatícios com o escritório de advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha Reck sagram-se vencedoras, apresentando propostas de alto valor”, diz trecho da decisão.