Após ingressar com uma ação civil pública contra o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, por improbidade administrativa devido a superfaturamento na compra e locação de viaturas para a Polícia Militar, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ingressou com duas ações de improbidade administrativa pedindo a devolução de mais de R$ 730 milhões aos cofres públicos estaduais.
Entre os acusados estão o ex-chefe da Casa Civil do Governo Sérgio Cabral, Regis Fichtner e seu ex-chefe de gabinete, Arthur Bastos, conselheiro da Agência de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Metroviários, Ferroviários, de Rodovias e Estrada de Rodagem do Estado do Rio (Agetransp). Em outra ação o réu é o ex-chefe de Estado Maior da PM Álvaro Garcia, de participação no mesmo esquema. Todos eles assinaram contratos superfaturados com a empresa CS Brasil, do Grupo Júlio Simões.
O Governo pagou R$ 232.959.554,40 por 1.508 veículos, sendo 1.187 do tipo Sedan (Renaut Logan Expression 1.6) e 321 do tipo Utilitário (Blazer Adventure 2.4). Segundo tabela de preços médios de veículos consultada no site da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE – referente ao mês do contrato (julho de 2011), o preço total de todos os veículos é de R$ 67.031.193,00.
Denúncias feitas pelo coronel da PM Ricardo Pául, preso na penitenciária de Bangu 1, na Zona Oeste do Rio, a mando de Cabral, apenas por reivindicar melhores condições de trabalho. Segundo o MP, o valor pago pelo Governo do Estado é 347% maior que a média do mercado. O órgão pediu o seqüestro dos bens dos acusados e a perda dos cargos públicos. Regis Fichtner foi um dos braços direitos de Cabral no governo deste e pretendia disputar eleição para deputado. Sempre foi também muito ligado ao atual governador, Luiz Fernando Pezão e há possibilidade de envolvimento deste no esquema.