Marco Antônio Carvalho
Detentos da Penitenciária Estadual do Seridó, o Pereirão, iniciaram na noite desta quarta-feira, 18, uma rebelião no presídio, localizado em Caicó, a cerca de 250 quilômetros de Natal.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, um detento foi morto e sete ficaram feridos. De acordo com a Polícia Militar, o motim está diretamente ligado à transferência de presos ligados ao Sindicato do Crime do RN da Penitenciária de Alcaçuz durante a tarde.
Presos estão depredando a estrutura dos pavilhões e queimando colchões. A corporação só deverá intervir quando amanhecer por condições de luminosidade.
O coronel Romualdo Borges, comandante da divisão de policiamento regional 2, que abrange Caicó, disse que a relação da confusão com a transferência de 220 homens mais cedo é clara.
“Acredita-se que é uma represália, já que aqui só há detentos do Sindicato. Havia uns 90 e poucos do PCC, mas na última rebelião foram transferidos”, disse.
A decisão de aguardar pelo amanhecer, segundo ele, se dá pela falta de estrutura de iluminação do local. “Estamos com guarnições de prontidão, mas não é aconselhável entrar à noite. Vamos aguardar para entrar e, então fazer uma varredura.”
A unidade abriga 317 presidiários homens e 52 mulheres. A guerra entre o PCC e o Sindicato já havia levado a um motim na cadeia em agosto do ano passado, quando a estrutura do local foi afetada. A Justiça chegou a interditá-la, impedindo que o Estado enviasse novos detentos para lá cumprirem pena.
Ataques – Onze ônibus foram atacados nesta quarta-feira, 18, em Natal, após a transferência de presos da Penitenciária de Alcaçuz para a Penitenciária Estadual de Parnamirim . Outro veículo do governo também foi atacado e há relatos de tiros contra duas delegacias da cidade.
A Polícia Militar informou ao Estado que os crimes têm relação com a disputa entre as facções. Os ataques forçaram a empresa a recolher os veículos e a prefeitura determinou que táxis, vans escolares e carros credenciados façam o serviço de lotação para suprir a demanda.