Ao menos 100 pessoas participam nesta sexta-feira de um protesto contra a criação de vagões exclusivos para mulheres nos trens metrôs de São Paulo.
A proposta, de autoria do deputado estadual Jorge Caruso (PMDB), foi aprovada no último dia 4 na Assembleia Legislativa de São Paulo e agora aguarda sanção ou veto do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O deputado defende que o objetivo do projeto é reduzir os casos de assédio sexual no transporte, principalmente nos horários de pico. Os movimentos, por outro lado, argumentam que a medida não resolve o problema e só aumenta a segregação.
“A criação de um vagão exclusivo segue a lógica da culpabilização da mulher: a culpa (por um abuso) é dela, da sua roupa, da sua maquiagem. E, agora, se acontecer alguma coisa a culpa vai ser novamente dela se ela não estiver nesse vagão”, disse a cozinheira Lia Godoy, 20 anos, do coletivo RUA.
“Não é criando um vagão exclusivo que o problema será resolvido, e sim com campanhas de conscientização. Seria muito mais eficaz treinar os seguranças do Metrô e da CPTM, com cursos”, afirmou a estudante Isa Penna, 23 anos, do grupo Mulheres do Psol.
Mesmo que a decisão esteja agora nas mãos do governador, as companhias de transporte já se manifestaram contra a medida. Em nota enviada à imprensa, o Metrô e a CPTM afirmaram que “entendem que a criação de carro exclusivo para mulheres infringe o direito de igualdade entre gêneros à livre mobilidade”.