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Mulheres da Segurança discutem igualdade em Fórum com deputados

A luta pela igualdade de gênero nos diversos espaços e atividades da segurança pública do DF concentrou os debates durante o I Fórum de Mulheres da Segurança Pública, nesta terça-feira (24), no auditório da Câmara Legislativa. O fórum integra as comemorações do mês da mulher na Casa.

Para a presidente da CLDF, deputada Celina Leão (PDT), autora da iniciativa, o objetivo do fórum é buscar políticas públicas que atendam as mulheres que atuam na segurança pública. Celina anunciou a elaboração de um protocolo de intenções a partir das discussões realizadas no fórum. Policiais, bombeiras e agentes de segurança que participaram do fórum preencheram formulários com sugestões para a construção do protocolo.

“Nossa proposta é disseminar a ideia da igualdade no mundo do trabalho, em todos os campos, inclusive o da segurança pública”, afirmou a secretária adjunta de Políticas para Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do DF, Cleide Lemos. Para ela, as mulheres “têm todas as qualificações necessárias” para trabalhar em espaços como as Forças Armadas, Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Departamento de Trânsito, entre outros.

A representante do Sistema Penitenciário do DF, delegada Deuselita Pereira Martins, elogiou a realização do fórum, mas lembrou que “as conquistas das mulheres da área de segurança foram por esforço próprio, e não por políticas públicas”. Segunda a delegada, ainda há muita discriminação na área, como “a visão distorcida segundo a qual a segurança é feita na base da força”. Na polícia há trinta anos, Deuselita criticou o curso preparatório para a carreira, que “até hoje é o mesmo para homens e mulheres”, disse.  Ela pleiteou que os cargos de comando da corporação devam ter como critério a competência, e não o gênero.

“O trabalho da Polícia Civil hoje no DF é muito melhor por causa do aumento do efetivo de mulheres na instituição”, opinou o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba de Castro. Para ele, existe uma “complementação” na segurança pública devido à atuação conjunta de homens e mulheres. Atualmente as mulheres representam 42% dos 1.290 servidores efetivos do Detran-DF, de acordo com o diretor-geral do órgão, Jayme Amorim Souza. Segundo ele, o Detran executa suas atividades sem diferenciação entre homens e mulheres.

Posição similar foi defendida pelo coronel Ronaldo Vanderlam da Costa, do Comando Especializado do Corpo de Bombeiros Militar do DF, que destacou a atuação do efetivo de mulheres naquela corporação. Ele exemplificou que a Coordenadoria de Riscos e Desastres hoje é comandada por uma mulher. A deputada Celina Leão, fez menção a uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que propõe aumentar o papel da mulher na prevenção e resolução de conflitos. Como parte do fórum, foram realizadas durante toda esta manhã palestras ministradas por integrantes das corporações, em que foram abordados temas como a valorização profissional e questões de gênero.

Franci Moraes
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