Sob o lema “Abaixe sua arma, não dispare no seu irmão”, um grupo de mulheres marchou neste domingo até a sede da Guarda Nacional em Caracas. O protesto era contra a repressão dessa força militar durante as manifestações quase diárias contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
A caminhada foi organizada para coincidir com o Dia das Mães e esteve encabeçada pela ex-legisladora María Corina Machado, entre outras dirigentes opositoras que partiram da capela de um colégio católico próximo à sede militar.
“Somos mães que pedem à Guarda Nacional que não acate a ordem do ditador”, em alusão a Maduro, “que não acate a ordem de disparar contra seu irmão”, afirmou Machado. A ex-deputada e outros ativistas marcharam vestidos de negro e de mãos dadas para levar uma mensagem “ao filho soldado”.
Ao menos 38 pessoas, em sua maioria jovens, morreram durante a onda de distúrbios desencadeada pelas decisões do Tribunal Supremo de Justiça que retiraram poderes da Assembleia Nacional. As decisões foram posteriormente revogadas em meio a uma avalanche de críticas internacionais.
Entidadess de direitos humanos nacionais e internacionais e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, tem acusado Maduro de violar sistematicamente os direitos humanos e as normas democráticas.
Maduro prometeu encerrar a crise e conseguir a paz com a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para redigir uma nova Constituição. A proposta foi rechaçada pela oposição, principalmente pelo temor de que a iniciativa seja uma desculpa para retardar ainda mais uma série de eleições pendentes. Além disso, a iniciativa pode permitir limitações às liberdades cidadãs e aumentar o poder do chefe de Estado.