Uma pergunta para quem está beirando os 40 anos ou já passou deles: você se lembra de como era a decoração nos anos 80? Para mim, pode ser resumida como o festival da combinação: jogo de cama floral que fazia par com a almofada e a cortina, sofás que se diferenciavam só pelo tamanho e formavam trio com as poltronas, revestimento dos armários estendido ao tampo da mesa na cozinha, criado mudo em dose dupla para cada lado da cama, sem contar os ornamentos das cadeiras que eram iguais aos do aparador… Tudo muito previsível e adequado, o que causava a impressão de que todas as casas eram decoradas pela mesma pessoa.
As décadas passaram e os “conjuntinhos” se foram. Além de provocarem pouca emoção visual, elementos iguais dificilmente destacam materiais. Trabalhar com contrastes é divertido e motivador. E gera um efeito pra lá de interessante em qualquer projeto. Claro que a discrepância precisa ser justificada. Não falo aqui em misturar diversos temas e estilos somente por gosto pessoal. E esse trabalho, na maior parte das vezes, só pode ser feito com maestria por um profissional que estuda os materiais e seus efeitos.
De uma forma resumida, há três formas de potencializar o projeto para que ele salte aos olhos de forma positiva e harmoniosa. Começando pela iluminação, que tal usar e abusar de efeitos por meio de claro e escuro? E aqui vale luz natural e artificial. No caso das formas, elementos orgânicos, que são os curvilíneos e circulares, contra os simétricos também causam uma ruptura lógica e fortalecem a configuração de algum móvel ou objeto. Já as texturas podem ser maximizadas por meio de itens lisos e delicados trabalhados em conjunto com rugosos e ásperos.
Experimentar materiais de diferentes texturas, formatos e cores, além de ser um exercício para a criatividade, fortalece o conceito de qualquer proposta. A única regra é usar a imaginação com bom senso.