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Primavera

Na visão do poeta surge um mundo de cores desenhado por um artista

Publicado

Autor/Imagem:
Luzia Couto - Foto Francisco Filipino

Assim chega a primavera, repleta de cores e aromas doces. Nos dias de sol, irradia canções; nos dias nublados, os versos se escondem em cada canto da alma.

A vestimenta das árvores exibe nuances multicoloridas, enquanto os campos floridos lançam pétalas ao vento, perfumando outras almas.

O mundo parece renascer na primavera, quando o vento entoa uma melancólica canção quase eterna.

Em cada flor, esconde-se o segredo da poesia e dos versos de amor, enquanto o sol beija cada pétala, demonstrando carinho e reverência pela sagrada natureza.

O poeta contempla os detalhes, imagina cenas, idealiza personagens e escreve histórias.

Na curva da estrada, ouve-se a cantiga do riacho, que saúda as pedras e os seres das águas em rimas harmoniosas valsadas pelo vento.

Entre versos e devaneios, o poeta descreve sonhos e paixões: as conquistas mais desejadas e as mais ousadas.

O céu se pinta de azul e branco, formando desenhos diversos, enquanto a esperança se reacende nos corações dos trabalhadores que, na lavoura, cantam para espantar a tristeza.

Os sabiás gorjeiam alegremente nas laranjeiras, saudando o Criador.

Um pintor, com seu pincel mágico, cria obras-primas que rememoram grandes aventuras e histórias de amor.

Cada flor que desabrocha ao vento faz surgir um verso, leve como o ar.

Uma ilusão e um suspiro de paixão tingem as páginas do velho caderno sobre a mesa do poeta.

Esses versos, impregnados de amor e carinho, chegam direto ao coração de uma musa inspiradora, que acolhe, agradece e cora ao descobrir que é desejada.

Assim, entre uma primavera e um verso, o poeta segue, transbordando paixão.

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