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Círculo

‘Não há razão para calafrios: no fim está o começo’

Publicado

Autor/Imagem:
Gilberto Motta - Texto e imagem

A casa é onde tudo começa e à medida
que envelhecemos o mundo fica mais estranho,
o padrão mais complicado.

De mortos e vivos,
não o momento intenso,
isolado -sem antes nem
depois. Mas a vida inteira
a arder e não uma vida de
apenas um homem. Mas velhas
pedras que não podem ser decifradas.

Há um tempo para anoitecer luz de velas
folheando o velho álbum de
fotografias…
luz de sótão quando o amor é
mais aproximadamente ele próprio.

Quando o aqui e o agora passam a ser
apenas um sopro do ali,
hora última em que os homens já velhos
assumem corpos de exploradores
-aqui, acolá, além mundos
pouco importa.

Temos de estar quietos e
quietos mover-nos para uma outra
intensidade…
para uma comunhão mais profunda.

Não, não há razão para calafrios:
no fim está o começo.

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