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‘Não se pode mais dizer que filmes de negros não funcionam’

Chadwick Boseman, ator de Pantera Negra. Foto: Mario Anzuoni/Reuters

Não é segredo que Pantera Negra foi um sucesso de bilheteria e crítica em todo o mundo. No Brasil, na Índia, no Reino Unido, na Austrália e na Coreia do Sul, além dos Estados Unidos, o filme estreou como líder de bilheteria. Em entrevista à revista Esquire, Chadwick Boseman, que interpreta T’Challa no longa da Marvel, falou que não esperava toda essa repercussão, justamente porque atores negros ouvem previsões negativas com frequência.

“Quando nós lançamos o filme na Coreia, em Londres, depois na première de Londres, nós começamos a ver como o mundo iria recebê-lo. Nós sabíamos que muitas pessoas negras estavam animadas com o filme. Mas eu acho que quando nós começamos a ver as reações em vários países, foi aí que eu fiquei ‘Oh, uau! Isso é um grande negócio'”, falou.

“Os estúdios vão, com muita frequência, te dizer que filmes com um protagonista negro não vão funcionar no mundo inteiro. Então eu acho que esse era o ponto crucial para mim – isso significa alguma coisa em todo lugar do mundo. Um momento como esse poderia mudar como os estúdios respondem aos nossos filmes. Você definitivamente não pode mais dizer que ‘filmes de negros não funcionam fora dos EUA'”, disse Boseman.

Entretanto, mesmo com o avanço e com os ótimos resultados de Pantera Negra, ele acredita que ainda há muito trabalho a ser feito para combater a ideia de que filmes protagonizados por negros não vendem bem. “Já houve muito exemplos claros de protagonistas de filmes [negros] que não têm o mesmo respeito ou publicidade num filme internacionalmente. Com muita frequência, mesmo que o filme tenha uma estrela negra como protagonista ou destaque, esse ator não será destacado no poster internacional”, comenta.

Questionado se isso já aconteceu com ele, Boseman se recusou a citar nomes, mas disse que “os estúdios sabem o que fizeram”. O ator ainda falou que, quando enfrenta esse tipo de coisa, só consegue pensar em quantas batalhas semelhantes já foram enfrentadas por atores negros que vieram antes dele.

“Pantera Negra vai mudar isso? Eu não posso dizer. Mas depende de nós pedir por isso, e depende do outro lado reconhecer a verdade no que aconteceu. Se o trabalho é de qualidade, não deveria haver razão para não vender”, diz. A entrevista completa pode ser lida no site da Esquire, em inglês.

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