A atmosfera de Marte pode ter desaparecido por ação do vento solar, que atinge com grande força o planeta vermelho, o que explicaria o motivo de ter perdido a água que uma vez cobriu o hemisfério norte, informou a Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) nesta quinta-feira.
As descobertas da Missão de Evolução Volátil e Atmosférica de Marte (Maven) da Nasa apontam que o planeta sofre o bombardeio de partículas solares que causam erosão na atmosfera a um ritmo de aproximadamente dez libras por segundo, entre 10 e 20 mais vezes maior que o habitual.
“O que isso nos diz é que a perda pelo espaço foi um processo importante”, indicou Bruce M. Jakosky, cientista do Laboratório de Física Espacial e Atmosférica da Universidade do Colorado e pesquisador principal da missão Maven, em entrevista coletiva em Washington.
De acordo com os cientistas da Nasa, há bilhões de anos, em suas origens, o Sol era muito mais ativo e instável, provocando várias tempestades solares que podem ser o motivo de Marte, muito mais exposto que a Terra a esses fenômenos, passasse de ser um planeta úmido ao atual lugar desértico que é agora.
A sonda espacial Maven, lançada em 18 de novembro de 2013 para resolver o mistério de como o planeta vermelho perdeu a maior parte de sua atmosfera e de sua massa de água, entrou na órbita de Marte em setembro e deve completar uma missão de um ano.
Os dados de Maven visam complementar os apresentados pelo robô explorador Curiosity, que revelam que o monte Sharp de Marte, situado dentro da cratera Gale, pode ser formado pelos sedimentos depositados no leito de um lago há milhões de anos.