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Natureza dá o troco pelo mar, fonte de lazer e economia do homem

Uma nova pesquisa descobriu que os oceanos não só estão ficando mais quentes devido às alterações climáticas, como também estão perdendo oxigénio e tornando-se cada vez mais ácidos. O estudo, publicado na AGU Advances, indica que cerca de um quinto da superfície oceânica mundial é vulnerável a esta “ameaça tripla” que acontece simultaneamente.

“O oceano global está mais quente, mais ácido e perdendo oxigénio devido às alterações climáticas. Além desta tendência, aumentos repentinos de temperatura ou quedas de pH afetam negativamente os organismos marinhos quando eles não conseguem se adaptar rapidamente a essas condições extremas”, escrevem os pesquisadores.

“Essas condições são piores para os organismos marinhos quando esses extremos ocorrem juntos na coluna vertical de água”, acentuam os estudiosos.

“Eventos marinhos extremos, como ondas de calor, acidez casos de baixo teor de oxigênio, podem representar uma ameaça substancial aos organismos e ecossistemas marinhos”, acrescentou o estudo. “Tais extremos podem ser particularmente prejudiciais quando são agravados por mais de um fator de estresse.”

O estudo observa que as alterações climáticas induzidas pelo homem, como a queima de combustíveis fósseis, são a causa desta “ameaça tripla”. E não só os efeitos destes fenómenos são graves, como agora duram três vezes mais e são três vezes mais intensos do que os do início da década de 1960.

“O calor está literalmente fora de escala, é surpreendente ver”, disse Andrea Dutton, geóloga e cientista climática da Universidade de Wisconsin, após analisar o estudo.

Quando os nossos oceanos estão sujeitos a quantidades excessivas de dióxido de carbono, esse carbono leva a um aumento do nível de acidez, ao mesmo tempo que esgota os níveis de oxigénio. Isto cria um efeito desastroso na vida marinha e nas suas casas; e, em alguns casos, pode dissolver as conchas dos organismos marinhos, pontuou a cientista.

“A vida marinha está sendo expulsa de lugares onde é capaz de sobreviver”, afirmou Dutton ao The Guardian. “Isso deixa claro o que está acontecendo e que essas ameaças compostas farão com que os organismos ultrapassem seus pontos críticos”.

“As pessoas têm de reconhecer que os oceanos têm-nos protegido da quantidade de calor que sentimos em terra como seres humanos, mas que isso não tem acontecido sem consequências”, encerrou.

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