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Doces lembranças...

Nau de Caronte transporta para sempre nossos belos momentos

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Autor/Imagem:
Tania Miranda - Foto Produção Fernando Filipino

Lembranças são pedaços do passado que dão o ar de sua graça em nossa vida. Qualquer coisa pode nos levar a um momento que já se foi… um perfume, uma flor, uma palavra…a fragrância de um amanhecer… uma foto…

O tempo é linear, segue sempre em frente, não nos dando chance de reviver aquilo que já passou… exceto em nossas lembranças. E nem sempre nos lembramos do passado da maneira que ele realmente foi… tanto podemos ter uma visão positiva quanto negativa do que vivemos, independentemente de como aconteceu realmente…

Quantas vezes nos deparamos com um texto por nós escrito há décadas atrás e ficamos surpresos com a mensagem ali transcrita? Nem sempre a memória nos ajuda a recordar o que se passou de imediato. Mas lentamente visualizamos aquele momento em especial, e aos poucos tudo vai sendo mostrado…

Em um átimo de segundo nos transportamos no tempo espaço, sentindo novamente as sensações já vividas… o cheiro emanado no ar, a tensão vivida, as emoções daquele momento… não estamos no passado, mas ao mesmo tempo, estamos….

Se a lembrança for despertada por uma foto, as emoções são ainda maiores. Porque, além de nos projetarmos para aquele momento em específico, ficamos imaginando o que aquele instantâneo representa em nossa vida. Não bastasse isso, ficamos intrigados com nossa própria imagem, tentando recordar qual pensamento se passava em nossa mente naquele momento…

Por mais estranho que pareça, o alvorecer pode nos transportar para o passado, também… um ar diferente, que nos faça recordar determinado momento nos leva através das brumas do tempo, até um momento especial para nós. Alguns instantes costumam ter reprises de tempos em tempos. Não importa se foram felizes ou não. Se, por algum motivo nos marcaram, iremos revivê-los em toda a sua intensidade como se estivéssemos novamente ali…

Lembro que quando era criança, uma madrugada meu pai, antes de sair para seu trabalho, chamou todos nós para nos mostrar algo que havia visto no céu. Era uma noite clara, estrelada. E na nascente, com toda a sua majestade, se apresentava um cometa. Foi lindo. Pelas noites consecutivas, e até que o cometa partisse de nosso quadrante, toda madrugada levantávamos por volta das quatro horas para apreciá-lo. E até hoje, quando vejo uma noite com o céu limpo, estrelado, tento encontrar aquele cometa que meu pai tão gentilmente nos apresentou…

Não podemos viajar de corpo e alma para o passado. Mas quem disse que a alma está presa em nosso corpo? Basta soltarmos a imaginação e flutuamos através do espaço tempo, retornando a momentos de nossa infância, quando novamente ouvimos a voz dos entes queridos que já partiram. Esse é o poder que uma lembrança nos traz… Reviver momentos que não mais voltarão, mas que nos dão alento para seguir nossa senda, até o dia em que embarcarmos na Nau de Caronte…

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