Vida à deriva
Navegante do caos harmônico perde sossego até em cais para se esconder
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Os meus pensamentos correm depressa,
Rio sem margem, sem interrupção,
Ideias que voam e se encontram,
Cada instante transborda a imaginação;
Palavras soltas no ar, dançam em sincronia,
Perguntas surgem, mas não querem calar,
Memórias se tornam a minha companhia,
É difícil conseguir parar de sonhar;
Às vezes quero um só segundo de silêncio,
Um porto seguro, para me esconder,
Mas até na paz mais profunda,
Surge um verso, um medo, um amanhecer;
Meu quarto às tantas da madrugada,
Tem a insônia, que ousa me inspirar,
Enquanto o mundo dorme na almofada,
Eu viajo em pensamentos a rimar;
Talvez um dia eu consiga aprender,
A tecer a calmaria no meu peito,
Mas hoje sou navegante eterna,
Neste mar de causa, caos e efeito;
Entre os sentimentos e a poesia,
Eu aceito que sou feita de espirais,
Na melodia dos pensamentos frios,
Encontro estímulos e inspirações joviais;
E se minha alma não encontra a quietude,
Deixo a minha mente se inspirar na ventania,
Pois até no vendaval que se aproxima,
Há uma estranha e harmônica melodia.
