O RRS Sir David Attenborough, a caminho da Antártica para sua missão científica inaugural, navegou pela Península Antártica na sexta-feira e ficou cara a cara com o maior iceberg do mundo – o A23a. O encontro casual proporcionou aos cientistas uma oportunidade única de recolher amostras vitais da água do mar em torno do colossal iceberg, revelando informações sobre o seu impacto na vida marinha e no ambiente.
O navio faz uma viagem científica de 10 dias como parte de um projeto de US$ 11,3 milhões. A iniciativa visa investigar como os ecossistemas antárticos e o gelo marinho influenciam os ciclos oceânicos globais de carbono e nutrientes, fornecendo informações cruciais sobre os impactos das alterações climáticas no Oceano Antártico e nos seus diversos organismos.
Os cientistas a bordo do navio de pesquisa, liderados pelo cientista-chefe Andrew Meijers, aproveitaram a ocasião para estudar os arredores do iceberg. Prevê-se que a A23a siga o caminho comum conhecido como “beco dos icebergs”, em direção à ilha subantártica da Geórgia do Sul.
“É uma sorte incrível que a rota do iceberg para fora do Mar de Weddell esteja diretamente no caminho planejado e que tenhamos a equipe certa a bordo para aproveitar esta oportunidade”, disse Meijers.
A equipe do navio, incluindo a cientista Laura Taylor, coletou amostras de águas superficiais do oceano para explorar o impacto de icebergs gigantes nos ecossistemas marinhos e na dinâmica do carbono.
“Sabemos que estes icebergues gigantes podem fornecer nutrientes às águas por onde passam, criando ecossistemas prósperos em áreas que de outra forma seriam menos produtivas. O que não sabemos é que diferença determinados icebergues, a sua escala e as suas origens podem fazer nesse processo”, disse Taylor.
O gigantesco icebergue, três vezes o tamanho da cidade de Nova Iorque e mais do dobro do tamanho da Grande Londres, esteve encalhado durante mais de três décadas no Mar de Weddell antes de entrar recentemente no Oceano Antártico.