SOS Méditerranée
Navios passam ao largo e deixam imigrantes à própria sorte
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emImigrantes em perigo no mar disseram a equipes de resgate que vários navios passaram por eles sem oferecer assistência, informou um grupo de ajuda humanitária europeu, enquanto procurava um porto seguro para um navio com 141 migrantes a bordo.
Em comunicado, o SOS Méditerranée afirmou que, devido à recente recusa da Itália e de Malta em permitir que embarcações de resgate que transportam imigrantes ancorem em seus portos, os navios podem estar agora pouco dispostos a se envolver, com medo de ficarem com imigrantes a bordo e sem acesso a um porto para desembarcar.
Na sexta-feira o navio fretado do grupo Aquarius, que opera em parceria com projeto Médicos Sem Fronteiras, resgatou 141 pessoas nas águas da Líbia. Destas, 25 foram encontradas à deriva em um pequeno barco de madeira que não tinha motor. Outras 116 pessoas, incluindo 67 menores desacompanhados, foram resgatadas mais tarde naquele mesmo dia. Quase três quartos dos resgatados são originários da Somália e da Eritreia. Muitos estavam extremamente desnutridos, comentou a organização.
Muitos imigrantes relataram que foram mantidos “em condições desumanas” na Líbia, onde os traficantes de seres humanos estão baseados, disse o grupo de ajuda humanitária. O SOS Méditerranée acrescentou que as autoridades de coordenação de resgate da Líbia não forneceriam ao Aquarius “um lugar seguro” e pediu para solicitarem um porto seguro a autoridades de outro país.
O Aquarius estava navegando para o norte do Mediterrâneo neste domingo, na esperança de receber permissão de ancoragem de outro país.
O SOS Méditerranée disse que “em um desenvolvimento preocupante, pessoas resgatadas disseram às equipes que encontraram cinco navios diferentes que não ofereceram assistência antes de serem resgatados pelo Aquarius”.
“Parece que o próprio princípio de prestar assistência a pessoas em perigo no mar está agora em jogo. Os navios podem não estar dispostos a responder àqueles em
necessidade devido ao alto risco de ficarem abandonados e lhes ser negado um lugar seguro, declarou o coordenador do projeto Médicos Sem Fronteiras, Aloys Vimard, que está a bordo do Aquarius.