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Rei da folia

Neguinho da Beija-Flor se aposenta do Sambódromo e deixa um legado histórico

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Autor/Imagem:
Cláudia Acciolly, Especial para Notibras - Texto e Ilustração

Neguinho da Beija-Flor, um dos maiores ícones do samba e do Carnaval brasileiro, anunciou sua aposentadoria, deixando um legado imensurável para a história da cultura do país. Com sua voz potente e carisma inigualável, ele não apenas representou a escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, mas também tornou-se um símbolo da essência carnavalesca que move multidões todos os anos.

Por mais de quatro décadas, Neguinho foi a voz oficial da Beija-Flor, conduzindo sambas-enredo que emocionaram milhões de espectadores na Marquês de Sapucaí e nas transmissões que ecoaram por todo o Brasil. Sua trajetória é marcada não apenas por vitórias e títulos conquistados pela escola, mas por um compromisso profundo com a preservação e a inovação do samba como expressão cultural.

Neguinho nasceu Luiz Antonio Feliciano Marcondes, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, e desde cedo demonstrou talento e paixão pela música. Em 1976, sua vida mudou quando foi convidado a ser o intérprete oficial da Beija-Flor, cargo que ocupou com maestria até os dias de hoje. Sob sua liderança vocal, a escola conquistou títulos históricos, como o inesquecível desfile de 1989, com o enredo “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”, uma crítica social de Joãosinho Trinta.

Além dos carnavais, Neguinho também brilhou em sua carreira solo, gravando sucessos que ultrapassaram as fronteiras do samba. Quem nunca se emocionou ao ouvir “O Campeão (Meu Time)”, hino que transcendeu arquibancadas e tornou-se um clássico da música brasileira?

Com sua aposentadoria, o Carnaval perde uma das vozes mais emblemáticas de sua história. No entanto, o legado de Neguinho da Beija-Flor vai muito além dos troféus. Ele deixa uma lição de amor ao samba, dedicação ao ofício e resistência cultural. Seu exemplo inspira novos talentos e reforça a importância de preservar a essência das tradições populares brasileiras.

Neguinho da Beija-Flor aposentou-se dos desfiles, mas sua história estará eternamente entrelaçada com o som dos tamborins e o brilho das alegorias. Sua voz ecoará para sempre na memória coletiva de um povo que encontra no samba um espelho de sua alma. Obrigado, Neguinho, por tudo o que fez pelo Carnaval e pela cultura do Brasil.

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