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Nem sempre o ‘dessa água não beberei’ é verdade; Angra 3 faz tremer ala do PMDB

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Beatriz Bulla

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o compartilhamento com o Tribunal de Contas da União (TCU) de documentos que integram a investigação sobre irregularidades na retomada das obras da usina nuclear de Angra 3.

O inquérito tramita na Corte desde junho e tem no rol de investigados o ministro do TCU Raimundo Carreiro e o filho do presidente da Corte de Contas, Aroldo Cedraz, o advogado Tiago Cedraz.

Além dos dois, estão na mira da investigação o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os senadores peemedebistas Romero Jucá (RR) e Edison Lobão (MA). Zavascki autorizou o envio de cópia eletrônica da investigação ao TCU.

A delação do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, serviu como subsídio para abrir a investigação. O empreiteiro relatou pagamentos mensais a Tiago Cedraz em troca de influência e informações sobre o Tribunal de Contas da União.

Ricardo Pessoa falou ainda em pagamento de R$ 1 milhão para liberação, pelo TCU, das obras da usina de Angra 3. O relator do processo no TCU era Carreiro. A UTC fez parte do consórcio de empreiteiras contratado para executar o projeto.

Edison Lobão, então ministro de Minas e Energia, teria articulado recebimento de dinheiro em troca do negócio da usina de Angra 3. Segundo relato de Pessoa, houve negociação de R$ 1 milhão para intermediação de Lobão no negócio.

O executivo Flávio Barra, da Andrade Gutierrez Energia, disse em depoimento à Justiça Federal no Paraná que Pessoa informou às empreiteiras integrantes do consórcio vencedor da obra que o peemedebista havia solicitado contribuição eleitoral para o partido.

estadao

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