Nem tudo que reluz é ouro em céu de brigadeiro

Passada a tormenta provocada nas últimas 24 horas com o depoimento do hacker Walter Delgatti Netto na CPI dos Atos Golpistas, vamos registrar o que faltou dizer sobre o presente que a brigadeiro da área da saúde Ana Paola Brasil Medeiros deu a Bolsonaro. Uma coisa é fato: ela vem marcando história na FAB e despertando curiosidades.

Paola Brasil Medeiros tornou-se a primeira mulher a alcançar o posto de brigadeiro. A cerimônia solene, realizada na Base Aérea de Brasília, foi marcada por celebrações e honras, mas também despertou pulgas sonolentas atrás de orelhas de muitos espectadores.

Um outro momento intrigante capturou a atenção da mídia e do público com a repercussão da entrega de uma lembrança, por Ana Paola, ao então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Foi no dia 13 de dezembro de 2022, pouco antes da fuga para os Estados Unidos do derrotado nas urnas em outubro. Em Orlando, ele viveu um longo exílio depressivo.

Esse objeto, que rapidamente se tornou assunto de especulação, gerou uma série de teorias e conjecturas sobre sua natureza. Enquanto os detalhes sobre a peça permanecem em segredo, algumas vozes levantaram a divertida possibilidade de que o item poderia ser uma lembrança dourada relacionada ao mundo dos Pokémon, os populares personagens de um universo fictício de jogos e desenhos animados que costumam ser vistos como guerreiros invencíveis.

Essa teoria, ainda que envolta em humor, reflete a curiosidade do público em relação ao objeto misterioso. No entanto, é importante ressaltar que qualquer especulação sobre a peça é apenas isso: especulação. O conteúdo exato do objeto e seu significado no contexto da cerimônia são desconhecidos, uma vez que a militar se reservou a repassar o endereço imprensa@fab.mil.br para que se obtivesse resposta a qualquer questionamento da imprensa. Mas a Comunicação Social do Comando da Aeronáutica, supostamente voando como barata tonta, achou por bem não responder às perguntas que lhe foram encaminhadas.

É sabido que a solenidade no Planalto, um marco importante para a FAB e para a representatividade das mulheres nas Forças Armadas, não foi eclipsada pelo enigma do objeto dourado, mas sim enriquecida por ele, gerando conversas animadas nas redes sociais e nas rodas de discussão em uma mesa de café.

Vale ressaltar, porém, que Independentemente da natureza do objeto, a ascensão da brigadeiro Ana Paola Brasil Medeiros é um feito notável. Hoje ela é a diretora técnica de Ensino e Pesquisa do Hospital das Forças Armadas. Foi nomeada por Lula, numa demonstração explícita de que não há caça às bruxas em seu governo.

A dedicação, habilidades e conquistas de Ana Paola merecem destaque, servindo de inspiração para muitas mulheres que buscam carreiras nas Forças Armadas e em outros setores tradicionalmente dominados por homens. Sua trajetória é um símbolo de progresso e mudança, refletindo a evolução contínua das instituições e da sociedade como um todo.

Enquanto a dúvida sobre o objeto dourado persiste, o que permanece claro é que a nomeação dela por Lula para um elevado cargo é um momento de celebração e avanço. Ana Paola não apenas quebra barreiras de gênero, mas também demonstra excelência profissional e compromisso com o serviço ao país. O futuro reserva certamente mais conquistas notáveis para a FAB e para todas as mulheres que seguem os passos da brigadeiro.

Já o fato de um parente seu em primeiro grau ter recebido em sua conta corrente da Caixa Econômica Federal dinheiro do auxílio emergencial, vale esperar os movimentos conscientes dela, do marido (também oficial general da Aeronáutica) ou do beneficiário. Quem sabe devolvendo aos cofres públicos o dinheiro recebido indevidamente. Ou esperar que a AGU tome as providências cabíveis e mova o respectivo processo para corrigir esse erro grasso.