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Carnificina cristã

Netanyahu copia Hitler e cria campo de concentração em Gaza

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Autor/Imagem:
Salim Abdullah* - Especial para Notibras/Foto Reprodução da ABr, via Reuters

O exército da besta fera Benjamin Netanyahu não para de fazer o que mais gosta: matar indefesos. Nesses dois últimos dias foram mais 120 idosos, mulheres e crianças, todos considerados soldados palestinos super perigosos. Por conta da periculosidade dos amotinados, a matança ocorreu na fila de entrega de ajuda humanitária. A fome e a vontade de sobreviver foi o crime cometido pela multidão assassinada na Faixa de Gaza.

Por enquanto, a estatística do general de Lúcifer inclui 30 mil palestinos mortos e 17 mil crianças órfãs. Vergonhosamente, Gaza virou um campo de concentração para cerca de 1,4 milhão de palestinos pobres. Os demais estão espalhados por 59 campos de refugiados na Jordânia, Líbano, Síria e Cisjordânia.

Assim como quis Israel um dia, o que eles querem é somente um Estado para chamar de seu. Engana-se quem acha que Netanyahu luta para acabar com o Hamas. Ele não conta para ninguém, mas sabe que é uma tarefa quase impossível. Acaba com uma célula e são criadas dezenas de outras.

A ideia é perpetuar os castigos coletivos, as perseguições, assassinatos, destruição de casas e contaminação dos aquíferos. Isso o povo simpático à macabra causa de Benjamin não conta.

Há anos os palestinos sofrem com o desrespeito dos judeus. Embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben revela que à lista de humilhações e violações dos direitos humanos contra seu povo deve ser acrescido o pouco caso de Israel com as resoluções do Conselho de direitos Humanos das Nações Unidas. Das mais de 700 recomendações da ONU, Netanyahu e seus antecessores não atenderam a nenhuma.

Hoje, ironicamente, fazem biquinho quando um presidente compara matanças. Guardadas as devidas proporções e o nível de crueldade, mortes de inocentes são iguais em qualquer canto do mundo, inclusive na Faixa de Gaza.

As imagens que correm o planeta comprovam que a forma como o general de Lúcifer trata os palestinos em nada difere do modo como os judeus foram tratados um dia. Vídeos e fotografias estampam as telas e páginas dos principais veículos de comunicação da Terra.

Apesar da covarde catástrofe, boa parte do mundo permanece indiferente, faz de conta que não vê. E reage quando determinados mandatários denominam de carnificina os feitos de Benjamin Netanyahu. E pagam para disseminar e impulsionar notícias e denúncias falsas sobre temas diversos. O mais cruel deles tem por objetivo jogar no mesmo balaio os palestinos que nada têm a ver com o Hamas.

Recentemente, durante uma manifestação política no Brasil, a estrela de Davi e a bandeira de Israel se fizeram presentes nas mãos e nos corpos de simpatizantes de uma quase seita partidária brasileira. Tudo para atingir o opositor do ídolo dos cristãos, que, na opinião deles, ofendeu a história de Israel.

É impróprio para menores inteligentes chamar de ofensa uma verdade que somente é mentira para aqueles que se acostumaram com as exceções. Teologia à parte, o apoio causou espécie, pois, embora o cristianismo tenha sido criado dentro da religião judaica, judeus são judeus e não cristãos.

É uma identificação oportunista e que busca exclusivamente vantagens atuais e futuras. O povo de Israel acha que vive na terra prometida e se denomina como o escolhido por Deus. O que foge desse contexto tem de ser excluído, defenestrado, morto, como ocorre hoje com os palestinos.

No Brasil, a situação é muito parecida. Desqualificar sistemas eleitorais, sonhar com a prisão de autoridades democraticamente constituídas e afirmar que a eleição foi fraudada para beneficiar quem os incomoda é a prova de que o país não pode ser de todos. Como em Israel, a ideia é que o povo brasileiro se renda à sanha do “patriotismo” barato, jurássico e golpista.

Perderam tempo, porque os deuses do Olimpo decidiram interceder pela democracia e mostraram aos fariseus que vento que venta lá venta cá. Se preferirem, pau que dá em Chico dá em Francisco. Um dia os palestinos farão o mesmo com Netanyahu.

*Salim Abdullah, sociólogo, é especialista em geopolítica do Oriente Médio, Ásia e Leste europeu.

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