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O ataque do Hamas

Netanyahu veste a máscara de Caifás e aciona sete trombetas

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Autor/Imagem:
José Seabra - Foto Reprodução/Sputniknews

Os árabes – e os palestinos em particular – foram inocentes ao acreditarem, ao fim da II Guerra Mundial, que dando terras para os judeus se fixarem no Oriente Médio, teriam também o seu quinhão. Mas, como um verme que vai consumindo tudo ao seu redor, o Estado de Israel, apoiado pelo Ocidente, foi comendo pelas beiradas.

A Palestina foi riscada do mapa. Perdeu seu status de Nação e viu seu povo confinado na Faixa de Gaza, como gado no curral a caminho do abatedouro. As benesses dos judeus se restrigem ao acesso a água, remédios e energia elétrica. Não bastasse isso, permitiram-se fazer dos palestinos tiro ao alvo.

Ingrato, o Estado de Israel foi mais audacioso e tomou territórios do Líbano e da Síria, onde criou assentamentos. E como na lei de Deus (que Newton incorporou à Física), toda ação tem reação, deu no que deu. Falta esperar o que Deus dará. E a quem.

Para ilustrar o quadro, vou desenhar, facilitando o entendimento de quem aplaude Benjamin Netanyahu e seus asseclas americanos e europeus. É fácil explicar fazendo uso da linguagem universal, versão tupiniquim.

Você, piedoso, coloca uma família de sem-teto em casa. Um casal e um filho. Dá-lhes um quarto e mostra o banheiro e a cozinha que podem compartilhar. E vai trabalhar. Quando volta, é informado que outros moradores de rua que vagavam pelas quadras, foram levados para o apartamento.

Como resultado, descobre que o quarto cedido passa a ser o seu. A suíte, a sala, a cozinha e a varanda são cercadas. Resta-lhe a área de serviços. Sua reação é lógica. Resgatar o que lhe pertence de direito. E começa a batalha. É olho por olho, dente por dente.

Foi esse o gesto do Hamas, no sábado, 7, após anos de confinamento dos palestinos. Os árabes estão conscientes de que desta vez não se repetirá uma luta semelhante àquela fantasiosa história de Davi e Golias narrada na Bíblia.

Enquanto escrevo estas linhas, sangue de inocentes jorra dos dois lados, tingindo de vermelho as águas do Jordão, como repetindo uma das pragas lançadas contra o Egito. Os gafanhotos, porém, voam em outra direção.

Para evitar o pior, seria conveniente um recuo estratégico do Estado judeu. Se as brigadas da Jihad Islâmica e do Hisbolá se aliarem ao Hamas, o resultado da guerra será imprevisível. Supostos ataques à Síria e ao Líbano podem servir de pretexto para que estilhaços batam nas portas de Teerã, fazendo tremer também as fortalezas de Moscou e Pequim.

Se isso acontecer, o som das sete trombetas ecoará a um só tempo. E o mundo saberá quem é o verdadeiro anti-Cristo. O certo é que Bibi se vestiu de Caifás. Ou ele tira a máscara, ou não sobrará pedra sobre pedra em Jerusalém. Porque é assim que está escrito no Apocalipse.

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