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Netanyahu vive prazer mórbido diante das mortes em Gaza

Yazan Kafarneh, 10 anos, com paralisia cerebral, morreu essa semana na Faixa de Gaza, vítima de desnutrição. A foto, originalmente publicada pelo New York Times, correu mundo como a imagem fiel do que sofre o povo palestino. Por aqui, serve para lembrar o ditado baiano de que pau que nasce torto nunca se endireita. Vira cinzas ou purpurina, mas morre torto. É o perfil do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Mais do que vencer a desumana guerra contra o Hamas, o prazer de Bibi, o belzebu da segunda década do século XXI, é ter múltiplos orgasmos diante da matança indiscriminada de mulheres, idosos e crianças palestinas. Apesar da desenfreada carnificina, os boçais que comem na mesma pocilga insistem em criticar quem o denomina de genocida.

E o que é um homem que determina o extermínio de uma raça, de uma religião, de uma etnia? Se querem eufemismo, eu o rotulo de o homicida mais sanguinário que a região já viu nascer.

Quando o mundo se der conta da incapacidade de Netanyahu em proteger vidas, Gaza já terá sucumbido. Descendentes dos antigos habitantes da região da Palestina, incluindo os hebreus e os filisteus, os palestinos só querem ser felizes. E felicidade não é um sentimento praticado pelo líder do povo israelense.

A prova mais cruel do lado infeliz de Netanyahu é, a pretexto de recolher sequestrados pelo Hamas, invadir a Faixa de Gaza e, despudoradamente, ordenar um massacre desproporcional, sob a alegação de legítima defesa. O mundo tem olhos bem abertos e está vendo que o conflito só serviu para justificar um antigo sonho do bárbaro e imoral Benjamin: acabar com o povo palestino.

Crianças morrem diariamente desnutridas e desidratadas. Velhos e mulheres indefesas também padecem diante do bloqueio mental de Bibi, agora com apoio formal de Donald Trump, já quase candidato oficial à Presidência dos Estados Unidos nas eleições de novembro próximo. Enquanto isso, ainda que as potências mundiais, entre elas os EUA, não gostem de lembrar o Holocausto, a conta de mortes em Gaza é parecida e também não fecha.

Como forma de fazer biquinho às queixas do presidente Luiz Inácio da Silva, o governo de Israel bloqueou esta semana a ajuda humanitária enviada pelo Brasil para o sofrido e faminto povo da Faixa de Gaza.

A bestialidade do líder judeu não tem limites. E de nada tem adiantado a pressão diplomática para um cessar-fogo na região. Depois de quase cinco meses de combates e com mais de 30 mil palestinos mortos, não me parece real o maquiavélico sorriso do abutre travestido de primeiro-ministro ao afirmar que está próximo de “destruir as capacidades governamentais e militares do Hamas”.

Se a ideia era essa, vale lembrar que o grupo árabe é muito mais do que um braço armado em apoio a terroristas, como o Hamas é visto em quase todo o Ocidente. É uma ideologia consolidada. E ideologias normalmente são perenes, resilientes e resistentes à força

A birra de Benjamin Netanyahu com a criação do Estado da Palestina não é somente geográfica. É uma questão de geopolítica. Desde sua ascensão ele se opõe à independência dos descendentes dos filisteus por razões partidárias e pessoais.

Tanto ele quanto o seu partido, o Likud, entendem – e não abrem mão disso – que a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, territórios tomados a força onde vivem centenas de colonos israelenses, pertencem a Israel. Não são. Elas pertencem aos palestinos, povo que busca reconhecimento internacional e conseguirá um dia, a despeito da sanha assassina de Netanyahu.

*Salim Abdullah, sociólogo, é especialista em geopolítica do Oriente Médio, Ásia e Leste europeu.

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