Um gol de Neymar, em cobrança de pênalti, garantiu a magra vitória do Brasil contra o Japão, na manhã desta segunda, 6, em mais um amistoso preparatório para a Copa do Mundo do Catar. A seleção mostrou um futebol feio, em função, segundo comentaristas esportivos, das alterações táticas promovidas pelo técnico Tite.
O jogo foi debaixo de chuva, com o selecionado repetindo a estratégia apresentada contra a Coreia do Sul, quando venceu na semana passada por 5 a 1. O jogo mal começou e Neymar deixou Paquetá na cara do gol, e o meia finalizou na trave. Os japoneses deram pouco espaço para o Brasil, que só voltou a ter uma boa oportunidade aos 18, com Raphinha chutando cruzado para a boa defesa de Gonda.
O Japão apostou nas jogadas pelas beiradas durante boa parte da primeira etapa, impedindo as subidas de Daniel Alves e Arana, e o diálogo dos laterais brasileiros com Vini Jr. e Raphinha. Assim, a seleção voltou a assustar na bola parada. Aos 25, Raphinha cobrou falta pela direita na cabeça de Casemiro, e o volante cabeceou com perigo por cima da meta japonesa. No minuto seguinte, Neymar aproveitou a sobra na entrada da área e finalizou colocado, obrigando Gonda a fazer boa defesa.
Sem Richarlison, coube a Neymar jogar mais centralizado na linha de ataque. O camisa 10 passou a prender bolas na intermediária, recebendo faltas da incansável marcação japonesa, pressionando sempre após a perda de bola. Na melhor chance do Brasil em cobrança de falta, Raphinha bateu com perigo à direita de Gonda, aos 38. Três minutos depois, Paquetá encontrou espaço pelo meio e achou Neymar na direita. O craque brasileiro buscou o canto do arqueiro japonês, que espalmou para a linha de fundo.
Com a entrada do meia Kamada, craque do Eintracht Frankfurt, campeão da Liga Europa, o time japonês voltou para a segunda etapa tentando ficar mais com a bola e pressionando a saída brasileira. Aos 12, o Japão teve seu melhor momento na partida. Ito fez boa jogada pela direita e cruzou rasteiro. Militão cortou e Nagatomo pegou o rebote, com a zaga brasileira afastando pela linha de fundo. Buscando alternativas para melhorar o time, Tite colocou Martinelli e Jesus nas vagas de Vini Jr. e Raphinha, respectivamente. Na primeira chance após a substituição, o atacante do Arsenal recebeu passe de cabeça perto da grande área, mas chutou sem força para fora.
O Brasil seguiu criando pouco, e Tite decidiu fazer duas mudanças táticas. Colocou Richarlison no lugar de Fred, deixando a seleção com um homem de referência na frente, e botou Thiago Silva na vaga de Daniel Alves, dando liberdade para as subidas de Arana pela esquerda. Coincidência ou não, o Brasil conseguiu abrir o placar logo em seguida. Gonda defendeu chute de Neymar na esquerda, e Arana, dentro da área, acertou o travessão. Na confusão, o árbitro marcou pênalti em Richarlison. Neymar, esbanjando a categoria habitual, balançou as redes, fazendo seu 74º gol com a camisa verde-amarela, ficando a três de igualar Pelé, segundo a Fifa.
Após o gol, o Japão diminuiu o ritmo na marcação, mas o Brasil seguiu criando pouco. Tite tentou melhorar tanto a criação quanto a movimentação no meio, colocando Bruno Guimarães e Fabinho, mas a seleção atuou de forma burocrática na reta final, administrando a vantagem mínima até o apito final.