Notibras

No meio do caminho (para decorar) tinha um acumulador

Foto/Arquivo Notibras

Um a cada três projetos que executo exige um trabalho de desconstrução da ideia que os proprietários têm de que é necessário comprar, comprar e comprar para ocupar todo espaço disponível do imóvel que está sendo reformado ou repaginado.

Uma outra situação que acompanho com frequência diz respeito à quantidade de cacarecos acumulados por anos, esquecidos em armários lotados e gavetas emperradas. Muitas vezes, os donos nem se lembravam do item em questão. Na maior parte das vezes, é descartável – caso contrário, não estaria esquecido. E como é difícil este desapego.

Os dois cenários estão completamente ligados à questão da sustentabilidade e seus vários caminhos. E devem ser analisados a fundo para deixarem de ser um hábito consumista e desnecessário.

Meu primeiro critério para começar uma mudança de ambiente é a seleção de itens: o que fica, o que será doado e o que vai para lixo. Assim como devemos fazer com nossas roupas de tempos em tempos.

O segundo passa para o mobiliário e segue as mesmas fases: conversa com o projeto, vale a pena manter, está em boas condições e precisa ser modernizado? Tenha certeza de que se ao menos duas respostas forem afirmativas, na maior parte dos casos, isso já evita compras e gastos desnecessários.

Já amontoar uma série de bugigangas implica não só em ocupar espaço sem necessidade como acaba recorrendo muitas vezes à procura de móveis novos para guardá-los.

Uma casa deve sim ter memórias. Mas, assim como tudo na vida, elas precisam precisam ter valor. Cada vez mais, os imóveis estão menores, os recursos naturais mais escassos e nosso tempo mais curto. Perder tempo com bagunça e gastar desnecessariamente vão contra todos os conceitos que envolvem a vida moderna e o cuidado com o meio ambiente.

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