É frio e a neve prossegue
Os pinheiros altíssimos
Marejados de orvalho
Brincam de chorar dores
Tudo é breu e a invisibilidade silencia tudo:
Renas correm defronte à janela, fugindo de lobos famintos
Quebro os vidros com o pulso e deixo pingar o sangue na neve
Como quem atravessa um espelho:
Naquela festa de inquietações, a corja roja
Lembro-me os Natais da infância
Inde só o que interessava
Era o vermelho coração palpitante da minha mãe.