Na hora de acompanhar as refeições ou apenas se refrescar neste verão, quais as prioridades de consumo do brasileiro? Cada vez mais ele tem aberto espaço no orçamento para as bebidas. Esta cesta, inclusive, fez um caminho inverso aos gastos com bens de consumo massivo nos últimos quatro anos. Segundo pesquisa da Kantar, de 2016 até 2019, esses gastos médios mensais caíram de R$ 972 para R$ 933, enquanto as despesas das famílias com bebidas por mês saltaram de R$ 78 para R$ 86.
Dentro do lar a campeã é a água mineral, enquanto fora do lar é a cerveja que lidera a lista, especialmente no verão, época em que o brasileiro gasta 60% mais com o consumo da bebida alcoólica out of home. Seja em bares, restaurantes ou blocos de Carnaval, o valor desembolsado é, em média, de R$ 11,62 em cada ocasião de compra, enquanto dentro do lar o tíquete médio é de R$ 6,76 por oportunidade.
No verão passado, período que vai de outubro de 2018 a março de 2019, o volume de cerveja consumido fora do lar no Brasil cresceu 14,2% em relação à mesma estação do período anterior. Em comparação com o inverno de 2018 foram 2,7 milhões de novos lares comprando a bebida ao menos uma vez. Ao todo, 56,5% das famílias incluíram cerveja nos carrinhos nos meses mais quentes do ano, especialmente os segmentos premium e puro malte.
Esta variação é ainda maior se compararmos as regiões do País. No Nordeste, local de temperaturas mais altas e destino comum nas férias, o consumo out of home cresceu 48% no último verão. Já no Rio de Janeiro, houve aumento de 22% e, em São Paulo, de 17%.
Ainda segundo o levantamento, a principal motivação para o consumo de cerveja na rua nesta época é “apreciar o sabor”. Entre os consumidores, 65% o fazem no horário de almoço nos fins de semana, 36% acompanhados dos amigos, 59% são homens e 41% mulheres.
Já quando o consumo é feito dentro de casa, o brasileiro tem outro comportamento e racionaliza mais a compra. “Além de gastar menos, a principal motivação é o prazer. A classe AB1 foi a que mais consumiu cerveja in home no ano passado e a versão long neck (330ml) foi a mais pedida”, analisa Giovanna Fischer, coordenadora da pesquisa.
Para o consumo dentro de casa, no último verão o atacarejo e o supermercado convencional foram os canais que mais cresceram. Já para consumo na rua, os vendedores ambulantes se destacaram, conquistando 1,5 ponto de penetração, ou seja, 800 mil novas pessoas.