As portas da manhã desta terça-feira, 10, se abriram com um susto que chegou mais rápido que a brisa do sertão: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ícone da esperança nordestina e do Brasil, havia sido submetido a uma cirurgia cerebral de emergência. A notícia, como um trovão em céu claro, reverberou do litoral baiano até o sertão longínquo do Maranhão.
Nas praças de Salvador, no meio ao calor da Bahia de Todos os Santos, as velhas rezadeiras interromperam seus trabalhos, entoando ladainhas enquanto acendiam velas para Nosso Senhor do Bonfim. “Ele é dos nossos”, repetiam as vozes firmes e transmitidas de fé.
No Recife, nas escadas da Capela Dourada, jovens e idosos se reuniram em oração, unidos pela admiração por aquele que sempre olhou para o povo com o coração aberto.
E em Juazeiro do Norte, sob a benção do Padre Cícero Romão Batista, romeiros se multiplicaram. Chapéus de palha e terços em mãos, uma multidão caminhava, fazendo promessas pela recuperação do presidente. Alguns se ajoelharam pelo caminho, outros carregaram cruzes simbolizando a força de um povo que nunca desistiu.
As rádios locais, sempre sintonizadas ao espírito do povo, dedicaram-se à divulgação de boletins médicos e orações. Cada palavra de otimismo foi recebida com um “Amém” uníssono.
O Nordeste pulsa em uma só alma, clamando pelo homem que representa o suor e a dignidade de quem planta e colhe a vida no solo árido.
O dia será de orações e a noite, espera-se, vai chegar com a esperança renovada. Em toda a região o céu vai se encher de estrelas, como um lembrete de que, para cada desafio, há uma luz que guia. E como as chamas das velas, toda luz estará direcionada ao líder que, mesmo distante, permanece tão perto do coração nordestino.