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Sem controle

Nossa caminhada pelo tempo é verdadeiro álbum de retratos

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Autor/Imagem:
Tania Miranda - Foto Produção Fernando Filipino

O que é o tempo, para nós, pobres mortais? Nascemos, crescemos e, finalmente, perecemos. Retornamos para o mesmo lugar de onde viemos… viemos do Nada e para lá retornaremos algum dia. E durante nossa jornada por esse plano, lutamos contra algo que não compreendemos e tememos… o tempo. É meio… incompreensível, não é mesmo? Afinal…

Para ficar claro, vamos nos lembrar que marcamos a passagem do tempo, para que tenhamos referências sobre onde estamos, com quem estamos e por que estamos em tal lugar. Não necessariamente nessa ordem. Nossa corrida nesse plano começa com nosso primeiro vagido…

O tempo é nosso senhor absoluto. Damos a ele toda nossa atenção. No inicio não nos importamos muito… ainda não percebemos que ele nos domina…

Criamos vários mecanismos, na vã esperança de controlá-lo… mas como controlar a Natureza? Todos os seres vivos passam pelo mesmo ciclo, não importa qual a sua origem. Pode ser animal ou vegetal, todos vão nascer de maneira semelhante. E semelhante será seu desenvolvimento para a vida, passando por vários ciclos até atingir a maturidade e, finalmente, desvanecer…

Por sermos cientes e termos a noção de nossa finitude, sofremos com essa verdade imutável. E imaginamos mil e um subterfúgios para burlar esse fato aterrador para nós… tentamos escapar da Inominável…

Uma das primeiras fugas da realidade é a cosmética. É apenas um placebo, em nada mudará nosso destino. Mas o fato de, ao menos no espelho, aparentarmos ter percorrido menos tempo que o real, dos dá alento e esperança de que conseguiremos prolongar indefinidamente nossa estada por aqui…

Cosméticos não prolongam nossa vida. Mas nos vermos aparentemente mais jovens nos faz esquecer o quanto já avançamos em nossa estrada… e nos diz que tudo está bem…

É claro que nossa consciência é, de certa forma, culpada por essa situação. Pois enquanto nosso corpo vai sentindo o peso do tempo e aos poucos se degenera, nossa mente continua trabalhando a todo vapor, como quando chegamos por aqui… há exceções, é claro… mas na maioria dos casos, um corpo já debilitado conta com uma mente que não só consegue processar tudo a sua volta como ainda tem recursos para continuar gravando novas experiências… que infelizmente não irão acontecer, devido ao tempo já vivido por este organismo…

Sim… embora nossa memória continue a todo vapor nosso corpo não mais corresponde às nossas expectativas… e aos poucos vamos nos apagando dessa existência, como a chama de uma vela que vai se findando…

E o que podemos fazer, para escapar de tal destino? Nada. Apenas viver o momento, aproveitar ao máximo cada segundo que a vida nos proporciona, pois nossa caminhada rumo ao destino final não tem como ser interrompida. E seremos lembrados apenas pelo que fizemos durante a vida. Viveremos na memória daqueles que ainda estiverem fazendo seu percurso. E essas memorias poderão ser boas ou más… depende de como aproveitamos nosso tempo nesse mundo…

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