Nova cena no roteiro da sucessão na CLDF joga Celina para escanteio
Publicado
emEnquanto os demais distritais eleitos e reeleitos estão irritados com a postura do governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) de não prestigiá-los no primeiro escalão do Governo do Distrito Federal, a simpática distrital reeleita Celina Leão (PDT) se anuncia nos bastidores como a preferida de Rollemberg na disputa pela presidência da Câmara Legislativa do DF.
Ela tem procurado os colegas para pedir apoio, dizendo que pode ser a ponte com o novo governador diante dos pleitos dos parlamentares. Mas tem encontrado certa dificuldade. Os distritais procurados ouviram muito mas não se sentem assim tão confortáveis com as propostas de Celina. A acham dependente, frágil e inexperiente diante dos cenários que estão por vir na relação Executivo e Legislativo a partir de fevereiro, quando terá início a nova legislatura.
Publicamente Celina evita dizer que tem o apoio de Rollemberg, pois sabe da revolta dos demais parlamentares, assessores e presidentes de partidos aliados diante da falta de diálogo entre o novo governador e sua equipe com os distritais.
Os tempos mudaram e uma nova Câmara Legislativa parece ter surgido. Novos rostos querem dar ao legislativo uma nova cara, uma nova identidade diante da população. Também querem o respeito por parte dos futuros ocupantes do Palácio do Buriti. A maioria dos parlamentares não quer que a próxima legislatura seja mais um “puxadinho” do Buriti, como ocorreu nos governos Roriz, Arruda e Agnelo, e não veem com bons olhos a candidatura de Celina por alguns motivos:
– Traz em seu gabinete alguns nomes velhos conhecidos do rorizismo;
– Tem um assessor bastante problemático que já se anuncia como homem forte da futura presidente da CLDF;
– Seu partido, PDT, apoiou desde o início a candidatura de Rodrigo Rollemberg (PSB), mas está previsto um racha já no início de janeiro, capitaneado pelos senadores Cristovam Buarque e Antônio Reguffe, descontentes com a postura do novo governo.
– Em 2013, Celina Leão teve seu nome rejeitado por uma plenária do PDT-DF. Portanto não é unanimidade dentro do próprio partido.
– Já foi agraciada pelo novo governador com uma Secretaria.
– Geniosa, não é unanimidade entre os colegas quando o tema é diálogo e serenidade diante de questões polêmicas.
É, portanto, a figura política que mais representa a tese de que, caso seja eleita presidente da CLDF, o Palácio do Buriti tentará sim, transformar a Câmara Legislativa do DF mais uma vez em um puxadinho para aprovar o que bem entender.
A nova legislatura nem começou e promete fortes embates com o novo governo. Alguns distritais estão bastante decepcionados com a postura do futuro governo do PSB, cujo partido comandará boa parte das Secretarias e Administrações Regionais. Eles têm dito que, se Rollemberg tivesse dito em campanha que abriria espaço para ajudar principalmente os amigos e correligionários do PSB caso fosse eleito, jamais teria vencido as eleições.
Rollemberg só ganhou graças às somas de forças partidárias. Não ganhou sozinho e não conseguirá governar sozinho. Diante dessas ponderações, os distritais entendem ser necessário eleger alguém que o governo de Rollemberg principalmente respeite e ouça. Não dá para acreditar que Celina Leão seja esse alguém diante do apetite de poder que emana do novo governo e de seu gabinete.
Lula aprendeu que se não dividisse o poder com os partidos aliados, jamais conseguiria governar. Aprendeu, repartiu e foi reeleito e conseguiu eleger Dilma e reelegê-la. Sem dividir o poder com os partidos aliados, que elegeram representantes para o legislativo local, o futuro governo de Rodrigo Rollemberg estará fadado ao fracasso. Ninguém governa só com ‘técnicos’.
Por outro lado, já é hora do legislativo local mostrar sua independência, cara, força e trabalho. Um presidente com características de líder poderá renovar as esperanças de um legislativo com transparência, dignidade, respeito e credibilidade.
Façam suas apostas.