Mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito foi instalada nesta quinta-feira 26 na Câmara dos Deputados para apurar irregularidades na Petrobras. É o terceiro grupo criado no Congresso Nacional em menos de um ano para apurar o escândalo que ficou conhecido como Petrolão, esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina envolvendo a estatal.
A CPI foi aberta com discussões sobre as doações privadas a parlamentares que são membros da comissão. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) apresentou uma questão de ordem pedindo que membros da comissão que tenham recebido doações eleitorais de empreiteiras investigadas pela Lava Jato — entre eles, o presidente e o relator — não fizessem parte do colegiado. Apenas o PPS foi a favor da questão de ordem. “Ele não quer levantar suspeição, quer é que seja respeitada a lei”, declarou o deputado Rubens Bueno (PR), líder da bancada.
Todos os outros partidos foram contrários à proposta. “Doação não é sinônimo de propina”, afirmou o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP). Antes de instalar a comissão, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que preside a reunião indeferiu a questão de ordem.
A CPI começa a funcionar às vésperas da entrega, pela Procuradoria Geral da República, da denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) de políticos suspeitos de ter envolvimento no esquema de corrupção. A comissão terá prazo de 120 dias para concluir seus trabalhos, que pode ser estendido por mais dois meses se a prorrogação for aprovada em plenário.
A nova comissão vai investigar desvios de recursos públicos na Petrobras e suas subsidiárias no período que vai de 2005 e 2015, que correspondem aos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, ambos do PT.
O PT, no entanto, deve apresentar um pedido para que também seja investigado o período entre 1997 e 2003, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Essa tem sido a estratégia do partido para se defender das acusações de recebeu dinheiro do esquema.
A própria presidente Dilma já disse que se suspeitas de corrupção estivessem sido investigadas no governo FHC, o esquema não estaria instalado hoje. O líder da bancada petista na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), disse que a solicitação da sigla se baseia na delação premiada do ex-gerente executivo da Petrobras Pedro Barusco, que afirmou que recebeu propina em 1