A presidente Dilma Rousseff está oficializando os nomes dos economistas que vão comandar a política econômica em seu segundo mandato, a partir do dia 1° de janeiro: Joaquim Levy chefiará o Ministério da Fazenda, no lugar de Guido Mantega; Nelson Barbosa comandará o Ministério de Planejamento, e na presidência do Banco Central continuará Alexandre Tombini.
Ao montar uma equipe comprometida com o ajuste fiscal, a presidente Dilma acabou cedendo às pressões dos que atuam no mercado, os investidores, e aceitando as teses defendidas pelo tucano Aécio Neves na última campanha eleitoral e duramente criticadas por ela.
Joaquim Levy só aceitou assumir o comando da economia do Brasil porque a presidente lhe assegurou carta branca para levar avante suas ideias e para fazer as nomeações dos que vão ocupar os cargos de 2° e 3° escalões da área econômica. Ele vai despolitizar de imediato as chefias do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, hoje rateadas entre os partidos da base governista no Congresso Nacional.
Essas funções serão isoladas dos interesses eleitorais. Essa mesma política será aplicada no BNDES, com a substituição do presidente Luciano Coutinho.
Levy para assumir tão importante tarefa deixou alta função no Grupo Bradesco, com salário mensal de R$100 mil, mais bônus. Ele está ciente de que vai pegar um tremendo abacaxi, que só lhe dará dores de cabeça. Os desafios são muitos. Terá de domar a inflação, tirar a economia do atoleiro, resgatar a confiança do empresariado, reduzir o rombo das contas externas e colocar em ordem as contas públicas.
Para complicar ainda mais essa situação dramática existe a crescente ameaça de aumento de desemprego. E ainda mais os reflexos e os impactos negativos que serão provocados pelo mega escândalo da Petrobras.
A nomeação de Joaquim Levy representa uma derrota para o ex –presidente Lula, já que ele defendia para ocupar o Ministério da Fazenda Henrique Meirelles, presidente do Banco Central durante os oito anos do seu Governo, ou Nelson Barbosa, que Dilma acabou indicando para o Ministério do Planejamento.
Dilma queria colocar no comando da economia o presidente do Bradesco, Luis Trabuco. Ele não aceitou, mas fez ‘’ Lobby’’ para a nomeação de Joaquim Levy, seu auxiliar direto dentro do Bradesco.
A presidente Dilma deverá anunciar também neste final de semana a nomeação da senadora Kátia Abreu (PMDB –TO) para o Ministério da Agricultura, e do senador pernambucano Armando Monteiro Neto (PTB) para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Os futuros ministros, sem exceção, estão longe da unanimidade dentro dos segmentos que atuam. As maiores restrições se concentram nos setores mais radicais do PT.
Cláudio Coletti